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Privatização da Sabesp: Especialistas veem novo fôlego para projetos e resultados da companhia após processo de desestatização.






Privatização da Sabesp impulsiona projetos e resultados, afirmam especialistas

Privatização da Sabesp impulsiona projetos e resultados, afirmam especialistas

A Sabesp, agora privatizada, recebeu um novo fôlego para destravar projetos importantes e melhorar seus resultados, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha.

O processo de privatização da companhia entrou em sua fase final, com a publicação do prospecto definitivo na sexta-feira (19) e a liquidação da oferta pública de ações prevista para esta segunda-feira (22).

O economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp entre 2007 e 2011, destacou que a Sabesp é considerada a melhor estatal do Brasil, porém, estaria aquém do seu potencial caso tivesse um sócio privado.

Gesner apontou que, por ter o governo de São Paulo como controlador, a empresa estava sujeita a influências políticas, o que prejudicava a continuidade dos projetos. Além disso, questões como remuneração de funcionários e parcerias para inovação podem funcionar melhor em uma empresa privada.

“Sem essas amarras, a Sabesp se tornará mais eficiente”, afirmou o especialista.

Com o novo modelo de negócio, o governo estadual não indicará mais o candidato a diretor-presidente da companhia, podendo apenas participar da votação para escolha do CEO por meio de seus representantes no conselho de administração.

Novo Capítulo para a Sabesp

Fundada em 1973 com a missão de implementar diretrizes de saneamento básico, a Sabesp atende a mais de 28 milhões de pessoas com abastecimento de água e cerca de 24,9 milhões com coleta de esgoto, em 376 municípios paulistas.

Segundo o analista Marcos Duarte, da Nova Futura Investimentos, as recentes altas observadas nas ações da Sabesp refletem a visão de que o preço oferecido pela Equatorial Energia, que se tornará a acionista de referência, ainda é baixo em relação aos fundamentos e ao valor real da Sabesp.

Em 2023, a empresa registrou lucro operacional (Ebitda) de R$ 9,6 bilhões, um aumento de 35,9% em relação ao ano anterior, com lucro líquido de R$ 3,5 bilhões, elevação de 12,9% em relação a 2022.

Ao longo dos anos, a Sabesp apresentou crescimento tanto em lucratividade quanto em dividendos, o que se refletiu no preço das ações da empresa, que subiu mais de 35% em 2023 e mais de 50% nos últimos 12 meses.

Agora, com 50,5% do capital social mantido pelo governo de São Paulo, a Sabesp segue com o governo como sócio, porém, com uma participação reduzida para 18%, enquanto a Equatorial e o mercado detêm o restante das ações.

Gesner Oliveira destacou a importância da manutenção do governo na sociedade da Sabesp devido à função pública da empresa. Ele considera a entrada da Equatorial como positiva, apesar de sua experiência limitada no setor de saneamento.

Como foi o Processo de Privatização

A desestatização da Sabesp durou oito meses e envolveu estudos de viabilidade realizados pelo IFC, consultoria que apresentou números da empresa e cálculos, incluindo o da tarifa de água e esgoto, com objetivo de reduzir tarifas após a privatização.

O governo discutiu a modelagem para a privatização, optando por desfazer-se apenas de parte do capital social da empresa. Dois leilões foram realizados, um para escolha do acionista de referência e outro para oferta pública de ações, ambas precificadas a R$ 67 por ação.

A demanda pelas ações superou as expectativas, totalizando R$ 187 bilhões, quase 30 vezes o valor inicialmente previsto pelo estado de São Paulo. A privatização arrecadou R$ 14,8 bilhões, tornando-se a maior oferta de ações de saneamento da história.

“A privatização da Sabesp está sendo bem-sucedida ao priorizar a universalização do acesso à água e tratamento de esgoto e ao aumentar a capacidade de investimento da empresa sem comprometer sua alavancagem”, concluiu Gesner Oliveira.

Folha Mercado

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