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No cenário dos Jogos Olímpicos mais sustentáveis da história, Paris-2024 se destaca como um “trampolim para as futuras edições e para qualquer outro evento esportivo”. O léxico olímpico, que há anos incorpora termos como ambiente e sustentabilidade, ganha ainda mais destaque na edição parisiense, evidenciando algumas contradições.
Recentemente, a remoção de grupos de sem-teto das ruas de Paris chamou atenção para o lado menos visível das preparações para os Jogos. O aglomerado de imigrantes próximo à prefeitura foi desativado para dar lugar a estruturas olímpicas, levantando debates sobre responsabilidade social em contraste com a realidade das pessoas em situação de vulnerabilidade.
A diretora de Impacto e Legado do Comitê Organizador Paris-2024, Marie Barsacq, ressaltou que a preocupação com a população sem-teto faz parte dos projetos de legado olímpico. Tendo em vista os cerca de 100 mil desabrigados na capital francesa, iniciativas esportivas e de inclusão social são apoiadas para auxiliar essas pessoas.
Além disso, a diretora de Desenvolvimento Sustentável do COI, Marie Sallois, destacou que as camas utilizadas pelos atletas na Vila Olímpica serão doadas após os Jogos a entidades que abrigam vulneráveis, reforçando o compromisso com a questão social.
Apesar dos esforços em prol da sustentabilidade e da inclusão, a remoção de parte da população de rua ainda é uma questão delicada. O presidente do Comitê Organizador de Paris-2024, Tony Estanguet, enfatizou a abertura dos Jogos para a cidade, mas reconheceu que desafios como a emissão de carbono e a promoção de atividades físicas diárias nas escolas ainda demandam atenção.