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Por João Silva, colunista
No primeiro, fui acusado de ter sido pago pela CIA. Questionaram a procedência das informações. Perguntaram, num clima de clássico de fim de semana, de que lado eu estava. Para qual time eu jogo.
No segundo caso, fui elogiado. As denúncias, nesse caso, não foram colocadas em questão. Apenas chanceladas.
Quero contar, então, algo a vocês: os informes e cartas são produzidos pela mesma entidade. Em alguns casos, escritos pelas mesmas pessoas. Pelas mesmas mãos.
Não há nada de errado em questionar. Precisamos fazer isso, permanentemente. Mas, então, de forma coerente.
O que é complicado é fazer uma escolha de quem denunciamos, com base em nossas ideologias e paixões.
Seria, então, seletiva a defesa da democracia, dos direitos humanos e da paz?
Na era da informação instantânea e da multiplicidade de fontes, o papel do jornalista se torna cada vez mais desafiador. Como relatar os fatos de forma imparcial e objetiva, sem influências externas ou viés ideológico?
No caso do colunista mencionado, ele se viu diante de acusações e elogios, dependendo do conteúdo de suas informações. Isso levanta a questão da transparência na produção de notícias e da confiança do público nas fontes de informação.
É fundamental que, como sociedade, saibamos questionar as informações que nos são apresentadas, mas também devemos fazê-lo de forma coerente e ponderada. Não podemos simplesmente escolher acreditar naquilo que reforça nossas ideologias, ignorando outras perspectivas.
A defesa da democracia, dos direitos humanos e da paz não pode ser seletiva. É necessário um compromisso com a busca pela verdade, mesmo que confronte nossas crenças pré-estabelecidas. Somente assim poderemos garantir uma sociedade informada e participativa.