Motim em penitenciária de Franco da Rocha é resultado de anos de descaso com sistema prisional, alerta sindicato dos funcionários.

Na manhã de hoje, detentos da Penitenciária I de Franco da Rocha, localizada na Grande São Paulo, protagonizaram um motim nas dependências da unidade prisional. Os motivos que desencadearam a rebelião ainda não foram divulgados, e até o momento não há informações sobre possíveis feridos decorrentes do tumulto.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que o motim foi controlado de forma eficaz e a situação foi estabilizada, não havendo registro de reféns durante o incidente. O Grupo de Intervenção Rápida, composto por agentes penitenciários treinados para situações de crise, foi acionado e está trabalhando no local para manter a ordem.

De acordo com a SAP, está sendo feito um levantamento minucioso dos danos ocorridos em dois dos pavilhões da penitenciária. A situação atual da unidade é de calmaria, mas a avaliação do cenário pós-motim ainda está em andamento.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) emitiu uma nota após os acontecimentos em Franco da Rocha, classificando o motim como uma “tragédia anunciada há anos”. O sindicato alerta para o sucateamento das unidades prisionais e o déficit de servidores, o que estaria contribuindo para a escalada da violência no sistema penitenciário.

O Sifuspesp denuncia um aumento significativo de agressões a policiais penais e assassinatos dentro das unidades prisionais nos primeiros meses de 2024. Segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária, a Penitenciária I de Franco da Rocha possui capacidade para 914 detentos, porém atualmente abriga 1.398 pessoas, evidenciando a superlotação como mais um problema a ser enfrentado.

A rebelião em Franco da Rocha é um reflexo da complexa situação do sistema prisional paulista, que há anos enfrenta desafios estruturais e de segurança. As autoridades competentes agora devem avaliar as consequências do motim e buscar soluções efetivas para garantir a ordem e a integridade de todos os envolvidos.

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