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Ministro Luís Roberto Barroso nega pedido de suspensão da privatização da Sabesp em decisão que gera polêmica no Supremo Tribunal Federal

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, decidiu nesta sexta-feira (19) negar o pedido de suspensão da privatização da Empresa Paulista de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A decisão veio após um pedido protocolado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para interromper o processo de venda da estatal, que está na fase final e deve ser concluída na próxima segunda-feira (22).

Barroso justificou sua decisão argumentando que as supostas ilegalidades apontadas no processo precisam de produção de provas, o que não pode ser feito por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), tipo de processo usado pelo PT. Além disso, o ministro ressaltou que não cabe ao Supremo avaliar questões políticas relacionadas à privatização e que paralisar o processo poderia gerar prejuízos financeiros significativos para o estado de São Paulo.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou a favor da continuidade da privatização, enviando um parecer ao STF contrário ao pedido de suspensão feito pelo PT. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a suspensão da privatização, gerando opiniões divergentes sobre o assunto.

A venda da Sabesp tem sido alvo de ações de diversos partidos, como PT, PSOL, PV, PCdoB e Rede Sustentabilidade, que contestam a constitucionalidade do modelo de privatização. Entre os argumentos apresentados estão a venda por um preço abaixo do mercado, limitação de participação de acionistas para beneficiar apenas uma empresa concorrente e a presença de Karla Bertocco, ex-diretora da Equatorial Participações e Investimentos, no conselho que aprovou a privatização.

Com tantas questões em jogo e opiniões divergentes, o futuro da privatização da Sabesp permanece incerto. Enquanto alguns defendem a continuidade do processo, outros contestam a legalidade e os possíveis impactos negativos da venda da estatal de saneamento básico. A decisão de Barroso, apoiada pela PGR, mantém a privatização em andamento, mas o debate sobre o tema deve continuar nos próximos dias.

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