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Ministério das Cidades estuda limitar compra de imóveis usados para famílias de renda mais alta do Minha Casa, Minha Vida.




Ministério das Cidades discute limitar compra de imóveis usados para famílias de renda maior no Minha Casa, Minha Vida

O governo Lula discute limitar a compra de imóveis usados no Minha Casa, Minha Vida

O Ministério das Cidades, sob a gestão do governo Lula, está em discussões para restringir a compra de imóveis usados pela faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida. Esta faixa atende famílias com renda mensal entre R$ 4.400 e R$ 8.000. O intuito é direcionar o orçamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) principalmente para a aquisição de imóveis na planta, em construção ou recém-construídos, devido à maior geração de empregos relacionada a este tipo de transação.

Em uma reunião do conselho Curador do FGTS realizada nesta terça-feira (16), o secretário-executivo do Ministério das Cidades, Helder Melillo, explanou sobre a necessidade de tomar medidas para reduzir significativamente a compra de imóveis usados, a fim de priorizar a contratação de financiamentos para imóveis novos.

O Ministério das Cidades elaborou uma instrução normativa que será apresentada no dia 6 de agosto, durante a próxima reunião do conselho curador. De acordo com Melillo, em um cenário onde é preciso fazer uma escolha, a opção é clara: é essencial reduzir as contratações de usados para poder manter as contratações de imóveis novos em um nível elevado e sem restrições, que é o objetivo principal.

Diversas entidades, como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), defenderam ações para desacelerar as contratações de imóveis usados na faixa 3, assim como ocorreu em abril com a linha pró-cotista. Melillo afirmou que o ministério considera que a resolução será mais rápida por meio da instrução normativa em questão.

A carteira de habitação do FGTS representa 91,4% de todos os investimentos realizados na carteira de operação de crédito do fundo. Com a meta de alcançar uma contratação recorde no FGTS neste ano, estabelecendo-se em 550 mil unidades habitacionais, o Ministério das Cidades implementou novas regras no final de abril para realocar os recursos do fundo. Essas regras direcionaram mais verbas para os financiamentos de famílias com renda de até R$ 4.400, enquadradas na faixa 2 do programa habitacional.

As entidades presentes na reunião não propuseram um percentual específico para o limite de contratação de imóveis usados na faixa 3. No entanto, solicitaram diretrizes que tragam transparência para a sociedade em relação à capacidade de aplicação anual dos recursos do FGTS.

Elson Póvoa, representante da CNI no conselho, destacou a importância da proposta para garantir que o FGTS tenha recursos disponíveis para arcar com seus compromissos diante do atual contexto de aumento da demanda por financiamento e da nova regra de rentabilidade na conta do fundo, que prevê correção por, no mínimo, o IPCA.

Segundo Póvoa, o percentual de aplicação do fundo nos imóveis usados aumentou significativamente nos últimos anos, o que pode prejudicar o financiamento de novos imóveis se não houver um controle adequado. A expectativa é de que a instrução normativa a ser apresentada em agosto contribua para uma redução considerável na execução de imóveis usados.

Melillo ressaltou que o Ministério das Cidades compartilha do mesmo diagnóstico apresentado pelas entidades e destacou as ações tomadas no ano passado, que resultaram em uma redução na porcentagem de recursos destinados aos financiamentos de imóveis usados. Essa redução foi importante, mas o ministério planeja adotar medidas ainda mais assertivas para garantir a sustentabilidade do FGTS e manter uma alta contratação de imóveis novos.

A reunião do conselho curador do FGTS em 6 de agosto será decisiva para definir as novas diretrizes em relação à compra de imóveis usados pela faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida. A expectativa é de que as medidas adotadas contribuam para manter a sustentabilidade do fundo e garantir a disponibilidade de recursos para a construção de novas unidades habitacionais.

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