J.D. Vance está diante de um grande desafio nesta quarta-feira e nos meses seguintes. Sua missão é tranquilizar aqueles que duvidam de suas credenciais para representar o movimento trumpista e, ao mesmo tempo, atrair eleitores céticos em relação a Trump para o grupo. Vale ressaltar que Vance já comparou Trump a Adolf Hitler no passado, antes de se tornar um defensor ardoroso do ex-presidente.
Erick Erickson, um proeminente comentarista conservador, acredita que Vance, conhecido por seu livro de memórias “Era uma vez um sonho”, tem o potencial para cumprir essa missão.
“J.D. Vance pode falar de Trump para pessoas que não entendem Trump”, disse Erickson em uma entrevista à Reuters. “Ele pode explicar sua agenda e destacar suas propostas.”
De acordo com Erickson, a agenda de Vance se baseia em uma forma de populismo econômico que prioriza a classe média e propõe maior intervenção do governo na economia, além de defender uma postura mais reservada em relação a alianças e envolvimentos internacionais.
O movimento trumpista é descrito como um exercício de branding e um termo genérico para designar os apoiadores fervorosos de Trump. Entre eles, há aqueles que alimentam ressentimentos raciais e muitos que seguem sua liderança política, independentemente de sua posição no espectro ideológico.
“Nas mãos de Trump, os impulsos são apenas reações a reclamações de pessoas brancas”, afirmou Damon Linker, professor de Ciência Política da Universidade da Pensilvânia. “Mas na abordagem de Vance, há uma visão mais ampla e ambiciosa desse movimento. Pelo menos é o que ele almeja.”
