
O Dia Nacional de Proteção às Florestas é celebrado hoje, 17 de julho. A data reforça a importância em preservar as florestas nacionais, bem como fortalece o debate sobre o meio ambiente.
As florestas são de suma importância para a manutenção da biodiversidade em todo o mundo, afirma a professora Paloma Guitarrara neste artigo. Elas consistem em amplos ecossistemas compostos por uma diversidade de plantas e animais.
No entanto, o desmatamento e os processos de destruição como queimadas se tornam fatores de preocupação quanto à integridade e preservação das florestas.
O Brasil Escola conversou com especialistas sobre meio ambiente que comentam sobre os desafios para garantir a preservação e proteção às florestas, como também as consequências geradas pela destruição desses espaços.
Confira também: O que estudar sobre o Meio Ambiente para o Enem e vestibulares
Desafios da proteção às florestas no Brasil
Quanto aos desafios da proteção às florestas no Brasil, o maior deles é o controle mais eficaz do desmatamento, segundo o geólogo Marco Moraes.
Para o especialista é necessário que o desmatamento chegue a zero, e em várias áreas dos diferentes biomas, deve ocorrer uma recomposição das florestas naturais, isto é, reverter o desmatamento.
Nesse sentido, é primordial um maior esforço de monitoramento e ações rápidas para interromper desmatamentos e queimadas assim que identificados, como também aplicar punições aos responsáveis, defende Marco.

desmatamento afeta a biodiversidade das florestas.
Crédito: Shutterstock.
Em 2023 houve redução do desmatamento da Amazônia, mas, em contrapartida, um aumento deste
processo no Cerrado. Moraes afirma que a maior devastação do Cerrado está na região conhecida
como Mapitoba (localizada nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), a mais nova fronteira agrícola
do país.
“Não há nenhuma justificativa em se continuar a desmatar. Apenas
a ganância da busca de lucros rápidos a custa de muita destruição. Preservar e regenerar as florestas
é a única maneira de se garantir a sustentabilidade da economia e do modo de vida da maior parte da
população brasileira.”Marco Moraes – Geólogo e autor do livro “Planeta Hostil”
No Pantanal, a questão do desmatamento afeta a vazão dos rios que alimentam o bioma. Além
disso, a vegetação nativa é destruída pela expansão agrícola. Como resultado, a região está secando, alerta
Marco.
Já a Mata Atlântica, que conta apenas com 16% de sua área original, é fortemente impactada pela
especulação imobiliária que gera o desmatamento da floresta. “A Mata Atlântica precisa ser recuperada, com a
criação de corredores para a vida selvagem, proteção das nascentes e recuperação dos ecossistemas”.
Moraes salienta que o poder público não tem conseguido reduzir de forma significativa o desmatamento. “Com a
tecnologia disponível atualmente, com satélites, drones e aeronaves, não há razões para que os governos e os
diversos órgãos responsáveis pela fiscalização e ações de combate ao desmatamento não ajam de forma mais
rápida e eficiente”, argumenta.
Consequências da destruição das florestas
Os riscos e consequências desencadeadas pela destruição das florestas são diversos e perpassam diferentes
esferas da vida.
Leide Takahashi, gerente sênior de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário e membro da Rede
de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) lista abaixo as principais consequências da destruição das
florestas:
-
Redução da biodiversidade: possibilidade de extinção de espécies da fauna e flora,
comprometendo a polinização, melhoramento genético e facilitando a ocorrência de epidemias; -
Redução na qualidade de vida das pessoas: devido à baixa qualidade do ar, da água e
outros serviços que a natureza bem conservada nos oferece; -
Alterações nos sistemas climáticos: eventos extremos como enchentes, secas prolongadas,
ciclones, furacões têm sido mais frequentes e intensos; -
Alterações nos sistemas pedológicos e hidrológicos: aumento da erosão, desertificação,
deslizamentos, redução da vazão da água nas nascentes, entre outros processos.

Crédito: Gisele Goprowski.
Proteção das florestas na redação do Enem
O tema da proteção das florestas pode ser cobrado em propostas de produção textual como a redação do
Enem. Rafaella Carvalho Barbosa, especialista em redações do Poliedro, destacou duas possibilidades
de proposta temática relacionadas ao assunto:
Desafios para a proteção ambiental no Brasil
Para este recorte, a educadora reforça a importância do estudante demonstrar, por meio do texto, o conhecimento
sobre a situação atual. Ou seja, saber responder como está a preservação das matas brasileiras e desenvolver a
respeito das questões atreladas aos casos de destruição das florestas.
Na proposta de intervenção do texto, o candidato deverá apresentar “ação, agente, modo, finalidade e detalhamento
que solucionem ou diminuam a ocorrência dos motivos pelos quais a situação não melhora”, sugere a professora.
Consequências da falta de proteção às florestas no Brasil
Fenômenos de desastres naturais como as chuvas fortes e as secas são problemas relacionados à falta de proteção
às florestas no país, considera Rafaella. As consequências são várias, tanto do aspecto das pessoas (doenças,
falta de abrigo, falta de alimentos), quanto do setor socioeconômico (campanhas de doação, investimento em
situação de calamidade, entre outros).
A especialista afirma que o estudante, neste caso, não deve restringir sua aborda em e explorar o panorama do
país, citando consequências tanto para os grandes centros quanto para as pequenas cidades.
Saiba tudo sobre o Enem nesta página.
Videoaula sobre desmatamento
Entenda as causas e consequências do desmatamento na videoaula:
Por Lucas Afonso
Jornalista