PGR denuncia mulher que escreveu “Perdeu, mané” na estátua da Justiça durante atos golpistas no STF em Brasília

Débora está atualmente sob custódia desde março do ano passado, quando foi detida na oitava fase da Operação Lesa Pátria, uma iniciativa da Polícia Federal para apurar os envolvidos e os financiadores dos atos considerados golpistas.
A denúncia, cujo teor está em segredo de Justiça, foi encaminhada ao STF no último dia 2. De acordo com as investigações realizadas pela Procuradoria, os acusados que invadiram os prédios dos Três Poderes durante os protestos poderão responder por diversos crimes, incluindo associação criminosa armada, atentado violento ao Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência, e vandalismo contra patrimônio histórico.
A frase “Perdeu, mané” foi originalmente proferida pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em novembro de 2022, quando foi perturbado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante um evento realizado em Nova York, nos Estados Unidos.
O advogado de Débora, Hélio Júnior, criticou a manutenção da prisão e destacou que a denúncia da PGR só foi apresentada após a divulgação de reportagens que apontavam que sua cliente estava detida há 483 dias. Segundo o advogado, Débora é mãe de dois filhos menores e não deveria permanecer detida por mais tempo, argumentando que o prazo para a apresentação da denúncia no caso de réus presos não foi respeitado conforme estabelece o Código de Processo Penal.
Hélio Júnior salientou que todos os prazos legais foram ultrapassados sem justificativa plausível. Até o momento, o STF não se pronunciou sobre o caso e aguarda-se o desenrolar do processo para apurar as responsabilidades e possíveis punições.