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Em pronunciamento, Lula afirma que a compra de armas é realizada pelo crime organizado e indivíduos antiéticos.

Em sua live semanal, intitulada “Conversa com o presidente”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou suas críticas às armas e classificou os compradores como pertencentes ao crime organizado ou pessoas que não têm intenção de fazer o bem. O mandatário já havia restringido as regras flexibilizadas por seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), para a compra de armas, e afirmou que “quem anda armado é covarde”.

Lula não mencionou diretamente Bolsonaro, mas ressaltou que o país vive uma divisão na sociedade decorrente do incentivo à compra de armas. Segundo o presidente, esse estímulo resultou em familiares que não se comunicam mais e que essa atitude é uma estupidez para um país que antes não se via dessa forma.

Além de afirmar que quem anda armado é covarde e tem medo, Lula enfatizou que se uma pessoa é de bem, não precisa andar armada. Ele comparou a situação a um cachorro que late, afirmando que quando isso acontece, não é necessário latir de volta para o animal.

Em julho deste ano, Lula assinou um decreto que impôs maiores restrições ao acesso a armas no país, reduzindo o limite de aquisição por pessoa. Enquanto a gestão Bolsonaro permitia que atiradores adquirissem até 60 unidades, sendo 30 delas classificadas como de uso restrito, agora, sob o decreto de Lula, esse número caiu para 16, com apenas 4 unidades de uso restrito.

O decreto também transferiu a responsabilidade de fiscalização dos caçadores, atiradores e colecionadores, conhecidos como CACs, da alçada do Exército para a Polícia Federal. Essa mudança foi motivada pela percepção de que o Exército falhou na fiscalização dos CACs e a crença de que a PF teria maior controle sobre o processo.

Ao comentar a morte de uma criança de 5 anos em decorrência de uma bala perdida durante uma ação policial no Rio de Janeiro, Lula ressaltou a importância de ter uma polícia preparada e inteligente, que não atire aleatoriamente. O presidente questionou o comportamento violento e irresponsável em uso pelas forças policiais, afirmando que é necessário diferenciar um bandido de uma pessoa comum.

A ação policial que resultou na morte da criança e de um adolescente de 17 anos na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, levou ao afastamento do comandante do batalhão responsável pela área. A Polícia Militar afirmou que a abordagem foi realizada após suspeita de dois indivíduos em uma motocicleta, onde o carona teria disparado contra os policiais, resultando em troca de tiros.

Na semana anterior a essa tragédia, Lula estava no Rio de Janeiro e fez um discurso ao lado do governador Cláudio Castro (PL), criticando a atuação da Polícia Militar e exigindo que ela saiba diferenciar bandidos de pessoas comuns.

Essas declarações de Lula reacendem o debate sobre a posse e o porte de armas no país, assim como a atuação das forças de segurança. A visão do presidente é de que o acesso facilitado a armas de fogo contribui para um clima de violência e para a propagação do crime organizado. Por outro lado, defensores do direito à posse e ao porte de armas argumentam que é um direito do cidadão se proteger e defender sua família.

Independentemente das opiniões divergentes sobre o tema, é importante destacar que o atual governo tem tomado medidas para ampliar e flexibilizar a posse e o porte de armas, enquanto o ex-presidente Lula optou por medidas mais restritivas. A discussão sobre esse assunto é fundamental para a segurança pública e para a harmonia social, e cabe à sociedade brasileira refletir e tomar a decisão sobre qual política é mais adequada para o país.

Fonte: Adaptado de Folha de S.Paulo

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