Aumento nos gastos com o BPC no Brasil
O aumento nos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) tem sido uma preocupação crescente no cenário econômico do país. De acordo com dados recentes, a principal razão para esse aumento está relacionada ao crescimento no número de beneficiários do programa.
Em junho de 2022, o Brasil contava com 4,7 milhões de beneficiários do BPC. Esse número saltou para 5,9 milhões em junho de 2024, o que representa um aumento de 26%. Em comparação, o número de beneficiários do Auxílio Brasil/Bolsa Família subiu menos no mesmo período, cerca de 15%.
Outro fator que contribui para a alta nos gastos é o aumento do valor do benefício. O BPC paga um salário mínimo, e sempre que o salário mínimo é reajustado, a despesa com o programa também aumenta proporcionalmente.
O crescimento dos gastos com o BPC teve início no governo do presidente Bolsonaro, próximo às eleições de 2022. Antes desse período, o número de beneficiários do programa estava estável há quatro anos. No entanto, a partir de julho de 2022, houve um aumento repentino no número de beneficiários, seguindo a mesma tendência do Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família no governo Bolsonaro.
Para lidar com essa questão, a equipe econômica do governo Lula anunciou que o BPC passará por um pente-fino. Em meio à crise econômica e à disparada do dólar, o ministro da Economia, Fernando Haddad, revelou um corte de R$ 25,9 bilhões nas despesas, incluindo uma revisão nos benefícios sociais, entre eles o BPC. “É um número que foi levantado linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados”, afirmou Haddad.
Diante desse cenário, a expectativa é que o governo adote medidas para garantir a sustentabilidade do programa e garantir que os recursos sejam utilizados de forma mais eficiente e equitativa.
