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Número de diretores com formação em gestão aumenta no Brasil, mas desigualdades persistem, aponta pesquisa do Instituto Unibanco.




Levantamento aponta aumento de formação em gestão escolar entre diretores de escolas estaduais

Levantamento aponta aumento de formação em gestão escolar entre diretores de escolas estaduais

Um levantamento realizado pelo Observatório de Educação do Instituto Unibanco revelou que a maioria dos diretores de escolas estaduais no Brasil não possui formação em gestão escolar. Os dados foram obtidos a partir de informações do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e do Censo Escolar.

No entanto, houve um aumento significativo nos últimos anos. De acordo com a pesquisa, em 2020, apenas 9,4% dos profissionais possuíam formação em gestão, número que subiu para 20,1% em 2023.

Embora o estudo não tenha apontado se essa mudança se deu pela entrada de novos diretores já formados ou se as redes estaduais promoveram ações para aumentar esse percentual, é possível observar que em 2020, estados como Rondônia e Acre já apresentavam entre 30% e 40% dos diretores com formação em gestão, enquanto outros estados como Piauí alcançaram 90% de profissionais capacitados em 2023.

Além disso, o estudo também revelou que a maioria dos diretores possui o perfil de uma mulher branca, com mais de 50 anos e formada em cursos na área de educação, exceto em pedagogia. Em relação à graduação, houve um aumento no número de profissionais formados em áreas diversas da pedagogia, o que indica uma diversificação nos cursos de formação dos diretores.

O levantamento também apontou mudanças na composição racial e de gênero dos diretores. Houve uma diminuição no número de diretores pretos e pardos, além de um crescimento na presença de homens no cargo, que agora chegam até ele por meio de processo seletivo e eleição da comunidade escolar, em contraposição ao modelo tradicional de indicação política.

João Marcelo Borges, gerente do Instituto Unibanco, ressaltou a importância de observar de perto os dados, especialmente em relação à seleção dos diretores e às questões de gênero, para garantir que as escolhas sejam justas e não discriminatórias.

Outro ponto levantado pelo estudo foi o aumento na carga horária de trabalho dos diretores, influenciado principalmente pela pandemia de Covid-19. Antes da crise sanitária, 42% dos diretores afirmavam trabalhar mais de 40 horas semanais, número que subiu para mais de 60% em 2021.


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