Ministério dos Povos Indígenas trabalha para repatriar artefatos sagrados e estimular políticas de restituição cultural
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Uma das primeiras ações desse grupo foi o tratamento do retorno do manto Tupinambá, pertencente ao povo que habita o sul da Bahia. O debate em torno da repatriação desse e de outros artefatos, documentos e objetos que foram levados durante a colonização está ganhando cada vez mais destaque. A devolução do manto Tupinambá foi realizada após intensas negociações com o Museu Nacional da Dinamarca, onde a peça estava exposta.
Além disso, recentemente, 598 artefatos de 40 povos indígenas do Brasil que estavam no Museu de História Natural de Lille, na França, também retornaram ao país. Esse processo de retorno não é apenas simbólico, mas também representa um importante passo em direção a uma reparação histórica mais ampla, como destacou a ministra Sonia Guajajara.
O Grupo de Trabalho está desenvolvendo recomendações e protocolos para esses retornos, visando garantir que os povos indígenas tenham acesso aos objetos que fazem parte de sua história e cultura. A criação de uma política pública que estabeleça diretrizes claras para a repatriação de artefatos sagrados é fundamental para garantir a preservação da memória e identidade dos povos indígenas.
A previsão é que o manto Tupinambá retorne ao Museu Nacional da Quinta da Boa Vista ainda neste semestre, onde será exposto ao público. Essa iniciativa representa um esforço conjunto para reverter as consequências do incêndio que destruiu grande parte do acervo do museu em 2018. O trabalho do Grupo de Trabalho de Restituição de Artefatos Indígenas é essencial para promover a justiça e o respeito à cultura e história dos povos originários do Brasil.