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Embrapa e Senado debatem recuperação agrícola e pecuária no RS com foco em planejamento estratégico e esforço integrado.

O papel fundamental desempenhado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na recuperação dos setores agrícola e pecuário do Rio Grande do Sul foi tema de debate nesta segunda-feira (15) durante reunião da comissão temporária externa do Senado, responsável por acompanhar as ações de enfrentamento da calamidade no estado. Os participantes da audiência ressaltaram a importância do planejamento estratégico e do esforço conjunto para a retomada plena das atividades, que demandará tempo e investimentos.

O requerimento para a realização do debate foi apresentado pelo relator da comissão, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que conduziu a reunião e destacou os impactos das mudanças climáticas na região nos últimos anos. Ele enfatizou a urgência de soluções para mitigar os efeitos econômicos e ambientais e ressaltou que a atuação da Embrapa deve ser complementada por ações integradas do governo e da sociedade civil.

Mourão salientou que a irrigação, o armazenamento de água e a recuperação de solos degradados representam alguns dos maiores desafios enfrentados pela região. O senador ressaltou que a recuperação dos danos causados pela calamidade exigirá esforços significativos e cooperação de todos os envolvidos.

O Rio Grande do Sul é uma potência agrícola e econômica no cenário nacional, sendo o quarto maior estado em termos de economia e contribuindo com aproximadamente 6,5% do PIB do país. Segundo Hamilton Mourão, o setor agropecuário corresponde a 40% do PIB estadual e impulsiona 30% da produção industrial local, demonstrando a relevância econômica do setor rural.

Apoio do Congresso

O presidente em exercício da Embrapa, Clênio Nailto Pillon, solicitou o apoio do Congresso Nacional, por meio da liberação de emendas da bancada gaúcha, para fortalecer as ações da instituição no estado. Pillon destacou o trabalho da empresa no mapeamento dos danos e na identificação dos afetados, ressaltando que a recuperação demandará um esforço de longo prazo.

O presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), enfatizou os extensos prejuízos causados no estado, especialmente em relação à recuperação do solo. Mais de 206 mil propriedades foram afetadas, prejudicando cerca de 48 mil produtores, sobretudo de milho e soja. A produção de grãos na região foi severamente comprometida pelas cheias, resultando em perdas significativas para os agricultores.

Já o vice-presidente da comissão externa, senador Ireneu Orth (PP-RS), ressaltou a importância dos levantamentos realizados pela Embrapa e reconheceu os desafios da recuperação da região atingida. Além do apoio técnico e financeiro, Orth destacou a necessidade de acesso a empréstimos para os produtores se reerguerem e retomarem suas atividades.

Ações solidárias

O presidente em exercício da Embrapa mencionou as ações emergenciais realizadas pela empresa para atender às necessidades imediatas dos afetados pelas cheias. Entre as medidas adotadas estão o empréstimo de veículos, o acolhimento dos atingidos, a arrecadação de recursos online, a coleta de doações e a doação de excedentes de pesquisa.

As ações estruturantes, explicadas por Clênio Pillon, visam direcionar projetos de pesquisa de médio prazo até 2026, focando na mitigação dos efeitos de eventos extremos semelhantes no futuro.

Transversalidade

O representante da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS defendeu a necessidade de capacitar o setor produtivo e promover uma atuação transversal entre os três poderes. Segundo ele, é essencial que os governos federal, estadual e municipal elaborem um planejamento estratégico integrado para a recuperação do sistema produtivo de forma harmônica e sistêmica.

Diante dos desafios enfrentados, a cooperação e a sinergia entre os diversos atores envolvidos se tornam fundamentais para a reconstrução e a retomada da produtividade no Rio Grande do Sul.

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