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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) está envolvido em uma polêmica que vem chamando a atenção da opinião pública. Ramagem será interrogado na próxima quarta-feira, dia 17, sobre as descobertas da Operação Última Milha, que investiga um suposto monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A investigação, que teve sua quarta fase deflagrada recentemente, revelou informações preocupantes. Entre elas, está a gravação de uma reunião entre o deputado federal e o ex-presidente, na qual foi discutido um plano para anular o inquérito das “rachadinhas”, relacionado ao senador Flávio Bolsonaro.
A Polícia Federal (PF) quer que Ramagem esclareça todo o conteúdo levantado durante a operação, incluindo a suposta tentativa de interferência em investigações e afastamento de servidores. Este será o primeiro depoimento de Ramagem sobre o assunto desde o início das investigações, o que gera grande expectativa na sociedade.
Esta não é a primeira vez que o deputado é alvo de investigações. No início do ano, Ramagem foi interrogado pela PF por declarações polêmicas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, quando este era ministro da Justiça no governo anterior.
Nas redes sociais, Ramagem se pronunciou sobre as acusações, classificando a nova fase da Operação Última Milha como um “alvoroço” e negando veementemente as suspeitas levantadas pela PF.
A investigação aponta para um possível esquema de espionagem envolvendo a chamada “Abin paralela” e o uso de tecnologia sofisticada para monitorar diversas autoridades e figuras públicas. A PF investiga o uso do software FirstMile, capaz de rastrear dispositivos em redes 2G, 3G e 4G, em alvos como ministros do STF, deputados federais, senadores, servidores públicos e jornalistas.
Com as revelações trazidas à tona, o caso Ramagem segue impactando a esfera política e levantando questionamentos sobre a ética e transparência nos órgãos de inteligência do país.