
No último sábado, um atentado contra o ex-presidente Trump chocou os Estados Unidos e ressaltou a crescente violência na política americana. O episódio, que resultou em um ferimento na orelha direita de Trump causado por um projétil de arma de fogo, foi apenas mais um capítulo em uma série de campanhas violentas que vêm marcando a política do país.
Aproximando-se das eleições presidenciais, em abril deste ano, a Council on Foreign Relationd alertou para o “alto risco de violência extrema” durante o processo eleitoral. Desde então, era visível o clima hostil, com trocas de ataques verbais entre Trump e Biden, incluindo ofensas como “saco de merda, parasita, ditador, incapaz”. A Bloomberg Consul também apontou o risco de aprofundamento da violência, com 48% dos Republicanos e 47% dos Democratas demonstrando tensão.
Vários eventos recentes contribuíram para esse cenário, como a invasão do Congresso em janeiro, os processos judiciais contra Trump, seus embates com procuradores e juízes, além das ofensas a Mark Miller, chefe do Estado-maior, que se recusou a obedecer as ordens de reprimir manifestantes. O episódio em que David Pape agrediu a política Nancy Pelosi também deixou marcas.
As investigações sobre o atentado contra Trump estão em andamento, e o agressor, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi encontrado morto. A polícia busca esclarecer se ele agiu sozinho ou se houve cúmplices, mas nos EUA, é comum que surjam várias teorias e conspirações em casos como esse.
O juiz francês Alexis Tocqueville, autor de ‘Democracia na América’, pode estar se revirando no túmulo diante do cenário atual. Apaixonado pela democracia americana e seu potencial, Tocqueville certamente lamentaria a polarização e a violência que ameaçam a estabilidade do regime democrático.