
Atleta paralímpico luta na Justiça por diploma de graduação
Os advogados de Caíque entraram com uma ação na Justiça alegando que as exigências feitas pela Unibf para a emissão de seu diploma não têm respaldo legal. Segundo o advogado Luis Gabriel Vieira, desde agosto de 2023, data em que o atleta concluiu os requisitos necessários para obter o diploma, ele tem solicitado reiteradamente o documento à universidade, que se recusa a emiti-lo.
A trajetória de Caíque se tornou conhecida quando ele começou a trabalhar como entregador de aplicativos de restaurantes em Paulínia, cidade onde reside, em 2021. Mesmo se locomovendo em uma cadeira de rodas para fazer as entregas, o atleta decidiu cursar Educação Física na esperança de mudar de carreira após a graduação. No entanto, o imbróglio com a faculdade tem adiado esse plano até o momento.
O atleta precisou recorrer à Justiça para conseguir seu diploma, mas seu pedido de decisão liminar foi negado pela 1ª Vara da Justiça Especial Federal de Campinas, o que deve prolongar ainda mais a resolução do caso. A defesa de Caíque solicitou uma reconsideração da decisão para tentar agilizar o processo.
Caíque Palma de Souza, ex-atleta paralímpico, expressou sua frustração com a situação: “É difícil ter sido atleta durante onze anos, encerrar a carreira para se tornar profissional da área, passar quatro anos em uma faculdade com o maior esforço conciliando com o trabalho, pra no final você ver seu sonho sendo jogado fora sem poder trabalhar com o que quer. Isso tá afetando até minha saúde psicológica”.
Caíque nasceu com uma malformação na coluna chamada mielomeningocele, doença congênita que prejudica o desenvolvimento da medula espinhal. Ele ingressou no esporte aos 12 anos, participando da categoria de arremesso de dardos e posteriormente se destacando como velocista, conquistando várias medalhas e figurando entre os melhores atletas paralímpicos do Brasil.