MPF pede extradição de ex-CEO das Americanas acusado de fraude bilionária para o Brasil, que aguarda decisão da Justiça Federal

A Operação Disclosure, realizada pela Polícia Federal, foi responsável por investigar as irregularidades na companhia varejista que resultaram em fraudes substanciais. O pedido de extradição do MPF baseia-se nos mesmos fundamentos que levaram à decretação da prisão preventiva de Gutierrez.
Cabe ressaltar que, independente da decisão da Justiça Federal, a palavra final sobre a extradição caberia à Espanha, em respeito à soberania dos dois países. Caso a extradição seja decretada, o processo será conduzido pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A defesa de Gutierrez alega que o executivo não teve envolvimento nas fraudes e tem colaborado com as autoridades, prestando os esclarecimentos necessários. Ele foi preso em Madri no final de junho e liberado após prestar depoimento. O Grupo Americanas estima que as fraudes sob a gestão anterior ultrapassaram R$ 25 bilhões.
Além de Gutierrez, outra personagem envolvida na Operação Disclosure foi a ex-diretora da Americanas, Anna Cristina Ramos Saicali, que teve que entregar seu passaporte ao retornar ao Brasil vindo de Portugal. A gestão atual da empresa alega ter sido vítima das fraudes cometidas pela diretoria anterior, que teria manipulado os controles internos de forma dolosa.
A petição do MPF ressalta a importância da extradição para garantir uma investigação justa e efetiva, que pode resultar no processamento e julgamento do acusado no país requerente, caso a Espanha se negue a entregá-lo. A decisão final sobre o caso trará novos desdobramentos para a história da empresa varejista e para o sistema judicial brasileiro.