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Descendentes alemães resgatam tradições em bairro histórico de São Paulo, mantendo viva a cultura germânica em Colônia.

Famílias descendentes de alemães mantêm tradições em bairro de São Paulo

No bairro de Colônia, localizado no distrito de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, a família Bueno mantém vivas as tradições germânicas. Morando em uma casa amarela, a arquitetura e os costumes da Alemanha estão por toda parte, desde o relógio cuco na parede até os chapéus usados para caminhadas com gamsbart, um penacho utilizado no passado para limpar a neve acumulada.

Essa região foi uma das primeiras a receber imigrantes germânicos em São Paulo, a partir de 1827. Após a chegada desse grupo, a região se tornou a com maior concentração de alemães na cidade. Além de manter a cultura do país europeu, o bairro de Colônia também preservou algumas polêmicas históricas, como ruas nomeadas em homenagem a Adolf Hitler e Hindenburg, presidente alemão que nomeou o homem que se tornaria um ditador nazista como chefe de governo.

Os imigrantes germânicos chegaram ao Brasil em busca de melhores condições de vida, tendo recebido incentivos do governo de dom Pedro I, que oferecia terras e vantagens para quem emigrava. Apesar das dificuldades encontradas no início, os descendentes de alemães em Parelheiros mantêm vivas as tradições, principalmente a agricultura, e buscam resgatar a cultura por meio de eventos como a Colônia Fest, criada em 2007 por Lucas Lima para celebrar a culinária e a dança típica alemã.

Além disso, o Instituto Sociocultural Colônia Alemã, presidido por Lucas Lima, trabalha para fortalecer os laços com a Alemanha e promover o ensino da língua germânica na região. A cônsul-geral da Alemanha no Brasil, Martina Hackelberg, destaca a importância das instituições fundadas pelos imigrantes alemães, como escolas, hospitais e sociedades.

Na família Bueno, a administradora Débora e o agricultor Luiz Henrique mantêm vivas as tradições alemãs dentro de casa, praticando a dança folclórica e cozinhando pratos típicos. Apesar da perda gradual da língua germânica, a família tenta manter viva a herança cultural.

No entanto, nem todos os descendentes de alemães conhecem profundamente suas origens. Caso de Bruno Helfstein, cuja família mantém laços distantes com o país de origem. A cunhada de Bruno, Bárbara Mendes, por outro lado, encontrou na dança folclórica uma forma de se reconectar com suas raízes alemãs, ressaltando a importância de preservar e compartilhar a cultura germânica com toda a comunidade, independentemente da descendência.

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