
Escândalo revela sumiço do relógio de luxo presenteado a Bolsonaro durante viagem ao Bahrein
Um novo capítulo do escândalo envolvendo o sumiço de presentes recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro veio à tona. Entre os itens que ainda não foram recuperados está o relógio de luxo Patek Philippe Calatrava, presente recebido durante uma visita ao Reino do Bahrein nos dias 16 e 17 de novembro de 2021. De acordo com as investigações, o objeto foi vendido em uma loja especializada nos Estados Unidos no mês de junho de 2022.
Além disso, a Polícia Federal descobriu que o ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, pesquisou o valor do presente enquanto a comitiva presidencial ainda estava em viagem pelo exterior.
O valor do relógio, estimado em US$ 51.665,00 (cerca de R$ 275 mil), foi enviado por Cid ao presidente por WhatsApp, juntamente com uma foto do certificado de origem do item.
Os investigadores conseguiram rastrear que Cid tirou fotos do relógio na residência oficial do presidente da República, o Palácio da Alvorada, antes do sumiço do objeto. Além do Patek Philippe Calatrava, um relógio Rolex também presenteado a Bolsonaro foi vendido por US$ 68 mil junto com o primeiro.
Segundo o relatório da PF, os investigados ainda não recuperaram os itens vendidos. Há ainda três objetos do mesmo tipo, porém de metal, que estão pendentes de perícia e não foram contabilizados no valor total desviado.
A defesa de Bolsonaro alegou que os presentes seguiram um “protocolo rigoroso de tratamento e catalogação” e criticou a falta de tratamento igualitário em relação ao ex-presidente Lula. O TCU determinou a devolução das joias não arrematadas, incluindo os relógios, após o escândalo vir à tona.