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Polícia Federal investiga uso de software espião pela Abin em operação que mira Carlos Bolsonaro e membros dos três Poderes.




Polícia Federal deflagra Operação contra vereador Carlos Bolsonaro

Polícia Federal deflagra quarta fase da Operação contra vereador Carlos Bolsonaro

No dia 11 de novembro de 2021, a Polícia Federal deflagrou a quarta fase de uma operação que tem como alvo o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação está relacionada ao uso do software espião FirstMile pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente.

Denominada Operação Última Milha, a ação visa apurar se servidores da Abin lotados no Centro de Inteligência Nacional utilizaram o software de geolocalização para monitorar ministros do STF e políticos adversários do ex-presidente. A investigação tem como objetivo desarticular uma suposta “Abin paralela”, que estaria envolvida em atividades ilegais de monitoramento e disseminação de notícias falsas.

No decorrer da operação, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Brasil, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.

Segundo informações da Polícia Federal, membros dos três Poderes e jornalistas foram alvos das ações do grupo investigado, que teria criado perfis falsos e divulgado informações falsas. Além disso, a “Abin Paralela” teria acessado ilegalmente dispositivos eletrônicos para monitorar pessoas e agentes públicos.

Os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

O Centro de Inteligência Nacional foi criado por decreto de Jair Bolsonaro em 2020, durante sua gestão, e era chefiado por Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal e pré-candidato do partido à Prefeitura do Rio de Janeiro. Durante as investigações, Ramagem negou qualquer irregularidade e afirmou que o departamento de operações da Abin era responsável pela gestão do sistema em questão.

A Abin Paralela foi desmantelada pela reestruturação promovida pela atual direção da Abin, durante o governo de Lula, após a operação da PF que investigou o uso do software espião. O FirstMile, software utilizado pela Abin entre 2019 e 2021, foi adquirido ainda no governo de Michel Temer por R$ 5,7 milhões.

Em relação aos desdobramentos da operação, a decisão do ministro Alexandre de Moraes destaca a atuação de um servidor que, mesmo transferido de setor, continuou a utilizar o sistema FirstMile de forma indevida, demonstrando conhecimento sobre a natureza ilegal da ferramenta.


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