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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) uma nova fase da Operação Última Milha, revelando que mais autoridades foram monitoradas e espionadas por funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a serviço do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para espionar adversários políticos. Entre os alvos da “Abin paralela” estão o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prisão preventiva de cinco suspeitos. Além disso, foram realizadas buscas contra os investigados José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos.
Segundo a investigação, a Abin utilizou o sistema de inteligência First Mile, da empresa israelense Cognyte, para monitorar dispositivos móveis sem autorização judicial na gestão do ex-diretor da agência, o atual deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). O sistema permitia localizar os celulares monitorados.
O relatório da PF aponta que o núcleo da Abin tinha pleno conhecimento do uso indevido do sistema de inteligência First Mile e até tentou disfarçar e impedir investigações sobre condutas ilícitas.
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As ações clandestinas visavam “descobrir segredos” de diversos políticos, incluindo o pré-candidato à prefeitura de São Paulo Kim Kataguiri. Giancarlo Gomes, militar envolvido, afirmou ter obtido informações sobre Arthur Lira e Renan Calheiros, entre outros.