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Ferramentas de espionagem da Abin são usadas para monitorar autoridades: PF investiga ação criminosa durante governo Bolsonaro.

Uma investigação da Polícia Federal revelou que agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizaram ferramentas de espionagem adquiridas pelo órgão para monitorar autoridades do Judiciário, Legislativo e da Receita Federal, além de personalidades públicas como jornalistas. Segundo as informações apuradas, os atos ilegais teriam sido cometidos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O desdobramento das investigações está descrito em uma decisão de 86 páginas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito que autorizou uma nova fase da Operação Última Milha. Essa operação visa investigar o uso indevido da Abin para fins pessoais e políticos durante a gestão anterior. Moraes destaca que houve monitoramento de autoridades dos Poderes Judiciário e Legislativo, incluindo ministros da Suprema Corte, senadores, deputados federais, além de personalidades como jornalistas.

Na última quinta-feira, quatro pessoas foram detidas no âmbito dessa investigação, incluindo ex-assessores e servidores da Abin, bem como um responsável por disseminar notícias falsas. O documento destaca a lista de autoridades públicas e personalidades monitoradas ilegalmente, que incluem ministros do STF, membros do Legislativo, servidor do Ibama, auditores da Receita Federal, além de jornalistas.

O ministro Moraes aponta que a Abin utilizou a ferramenta First Mile, adquirida durante a gestão de Alexandre Ramagem na direção da agência, para realizar as ações de monitoramento sem a devida autorização judicial. As investigações também revelam a disseminação de desinformação e notícias falsas, bem como tentativas de associar autoridades a organizações criminosas, buscando descredibilizar o processo eleitoral.

A Procuradoria-Geral da República destacou a realização de pesquisas contra jornalistas e a disseminação de desinformação sobre autoridades monitoradas, evidenciando a intenção política por trás das ações ilícitas. A Polícia Federal dividiu a organização criminosa em núcleos, envolvendo agentes, policiais federais, e até a operação clandestina para beneficiar o senador Flavio Bolsonaro.

Diante dessas revelações, o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Flávio Bolsonaro e outras personalidades públicas se manifestaram negando envolvimento com a Abin. Por fim, a Agência Brasil busca posicionamento dos citados na reportagem para esclarecimentos sobre os acontecimentos.

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