DestaqueUOL

Estrutura da Abin é utilizada de forma clandestina para investigar filho de Bolsonaro, aponta PF em operação “Abin Paralela”.




Investigação da PF aponta uso clandestino da Abin para interferir em investigação sobre filho de Bolsonaro

Uma investigação da Polícia Federal revelou que a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foi utilizada de forma clandestina para interferir em uma investigação relacionada a Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Trocas de mensagens obtidas pela PF mostram agentes a serviço da Abin discutindo o monitoramento de pessoas ligadas a um inquérito que investigava a suposta atuação de Renan em favor de empresários no governo federal.

Os agentes da PF Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes, que estavam cedidos à Abin na época, mencionaram o monitoramento de Allan Lucena, ex-sócio de Renan, e do advogado Paulo Belmonte.

Essas revelações levaram à prisão de Bormevet e Giancarlo durante uma operação da PF chamada “Abin paralela”. Em diálogos destacados no relatório policial, ficou evidente que os agentes estavam utilizando um software espião chamado FirstMile para monitorar os passos de Lucena e outros indivíduos relacionados ao caso.

O relatório também menciona um diálogo em que Bormevet pergunta a Giancarlo sobre carros registrados em nome de Ana Cristina Siqueira Valle, mãe do “filho 04” de Bolsonaro.

Ao longo da investigação, a PF descobriu que os agentes cedidos à Abin estavam monitorando também o empresário Luis Felipe Belmonte, envolvido na polêmica reforma do escritório de Renan no Palácio do Planalto.

Segundo a PF, os agentes buscaram informações sobre os investigados que não estavam disponíveis no inquérito, visando obter vantagens políticas e econômicas. Essa prática era voltada para produzir desinformação e interferir nas investigações.

Apesar das acusações, a defesa de Renan não comentou diretamente o relatório que aponta a interferência da Abin na investigação, que acabou sendo encerrada sem indiciamentos em 2022.

Em fevereiro de 2024, Renan foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal por crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, em um desdobramento das investigações.

A operação da PF também prendeu agentes ligados ao deputado federal Alexandre Ramagem, pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro, e ao vereador Carlos Bolsonaro, ambos relacionados ao caso.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo