O coronel da reserva Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota e indicado para vice na chapa com Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, está envolvido em uma polêmica jurídica. Ele é réu na Justiça Federal por supostos ataques ao senador Alexandre Luiz Giordano (MDB), insinuando tentativas de corrupção.

O caso ganha ainda mais relevância devido às eleições municipais deste ano, com Giordano apoiando Guilherme Boulos (PSOL), mesmo pertencendo ao mesmo partido de Nunes. Em outubro de 2021, quando as declarações ocorreram, tanto o senador quanto Mello Araújo faziam parte da base do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Em uma postagem em uma rede social, Mello Araújo, na época presidente da Ceagesp, fez acusações contra Giordano, que havia assumido a vaga no Senado após a morte do Major Olímpio. Nas falas reproduzidas no processo, o oficial menciona tentativas de interferência em licitações e pedidos indevidos de favores.

Em sua defesa, Mello Araújo afirmou que não temia qualquer processo. Segundo o Ministério Público Federal, as declarações foram confirmadas pelo coronel, que alegou que o senador fez pedidos inadequados relacionados a licitações na Ceagesp.

A Polícia Federal, em 2022, sugeriu o arquivamento do inquérito devido ao tempo decorrido, mas o MPF contestou, determinando a continuidade das investigações. Em abril de 2023, Mello Araújo reafirmou suas declarações à PF, apresentando documentos que ele alega comprovar suas acusações.

O embate entre Mello Araújo e Giordano se intensificou, com o senador alegando que o oficial fez declarações difamatórias e caluniosas, enquanto o ex-comandante da Rota defende sua conduta na Ceagesp e afirma não temer processos.

Aos olhos da opinião pública, essa polêmica traz à tona questões de ética, transparência e responsabilidade no serviço público. Enquanto as investigações seguem seu curso, os desdobramentos desse caso poderão impactar não apenas a corrida eleitoral em São Paulo, mas também a reputação dos envolvidos.