
Escassez de novos contratos desafia indústria eólica
A escassez de novos contratos de geração de energia eólica tem sido motivo de preocupação para o setor, que busca alternativas para lidar com a concorrência desleal das usinas solares, que contam com subsídios e importam placas fotovoltaicas da China.
Diante dessa situação, representantes da indústria eólica têm se reunido com o governo em busca de soluções. Entre as demandas apresentadas estão o corte de impostos para o parque fabril e medidas para estimular a exportação. No entanto, a inclusão de novos subsídios tem encontrado resistência na equipe econômica, que teme desequilíbrios nas contas públicas e distorções na conta de luz.
Uma das propostas em análise é a modificação de linhas de crédito público, em vez da criação de novos subsídios. O objetivo é garantir condições mais favoráveis para projetos que utilizam componentes nacionais, como é o caso da indústria eólica, em detrimento da solar, que se apoia em produtos importados.
Os dados da balança comercial revelam que o Brasil importou cerca de US$ 3,8 bilhões em placas solares em 2023, principalmente da China, enquanto o setor eólico teve uma importação significativamente menor de componentes.
Apesar do crescimento de ambos os setores na matriz energética brasileira, a geração fotovoltaica tem avançado em ritmo acelerado, superando a eólica desde 2014.
Para lidar com a baixa demanda e a falta de novos contratos, o governo estuda mudanças no crédito direcionado, com foco em projetos que utilizam conteúdo nacional. Essas medidas visam evitar demissões e o fechamento de fábricas que atendem ao setor eólico.
Diante desse cenário, a Abeeólica sugeriu uma série de medidas, incluindo a desoneração da cadeia de fabricação, incentivo ao regime drawback, adequações nas linhas de crédito, extinção de subsídios para geração distribuída, inclusão de baterias nos leilões de reserva de capacidade, entre outras.
O debate entre os setores eólico e solar sobre as políticas de apoio do governo continua em andamento, e a busca por soluções que garantam a competitividade e a sustentabilidade das fontes renováveis de energia é fundamental para o desenvolvimento do setor energético no país.