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Abuso de poder: Presidente do Senado denuncia uso político da Abin pelo governo Bolsonaro para espionar autoridades e desafetos.







Artigo Jornalístico

Uso Político da Abin é Condenado pelo Presidente do Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira (11) em repúdio ao uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo governo anterior comandado por Jair Bolsonaro. A recente ação da Polícia Federal, que retirou o sigilo da fase mais recente da Operação Última Milha, revelou investigações que apontam para o possível uso ilegal de sistemas da Abin para espionar autoridades e desafetos políticos do governo passado, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), senadores, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

O senador Pacheco destacou que “contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias é um ato criminoso que enfraquece não apenas a instituição, mas também a democracia e a soberania do país”. Ele ressaltou a gravidade de utilizar o aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares eleitos democraticamente.

De acordo com as informações reveladas pela Polícia Federal, servidores da Abin teriam disseminado desinformação contra os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros, membros da CPI da Pandemia. Os parlamentares manifestaram repúdio ao uso ilegal da agência e compararam as ações de monitoramento a práticas típicas de governos autoritários.

Para Randolfe Rodrigues, as revelações indicam que o governo anterior montou “um aparato repressivo com a intenção de minar o Estado democrático de direito”. Ele enfatizou que, em um momento crítico da pandemia, em que a prioridade deveria ser a aquisição de vacinas, o foco do governo estava em perseguir e monitorar opositores.

A CPI da Covid, realizada em 2021, investigou omissões e irregularidades nas ações do governo Bolsonaro durante a pandemia. O relatório final da comissão indicou o indiciamento do ex-presidente por nove crimes, além de outras 65 pessoas, incluindo ministros do STF, senadores e jornalistas.

Críticas e Repúdios

Os senadores Renan Calheiros e Alessandro Vieira criticaram veemente a atuação da Abin, classificando-a como uma forma de perseguição política. Calheiros lamentou que estruturas do Estado tenham sido utilizadas como “polícias políticas”, enquanto Vieira ressaltou que a espionagem é característica de governos ditatoriais.

Receita Federal Involvida

Os dados revelados também envolveram o senador Flávio Bolsonaro, que teve seus registros na Receita Federal investigados com o suposto uso da Abin contra auditores fiscais. Flávio Bolsonaro alegou ter sido vítima de criminosos que acessaram ilegalmente seus dados na Receita, além de criticar a divulgação de informações sem relação com a Agência de Inteligência.

Nesta última quinta-feira, a Polícia Federal realizou operações que resultaram em prisões preventivas e buscas em uma nova fase da investigação, aprofundando a apuração sobre o uso político da Abin no governo anterior.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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