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Empresário transporta mala de joias para ex-presidente em Miami, causando polêmica e investigações da Polícia Federal.



Reportagem

“Nem mexi na mala, por respeito ao presidente, cheguei e coloquei. No dia seguinte me liga o Cid ‘ó tem que pegar a mala’. Tá aqui, vem cá. Pegou a mala, beleza, morreu o assunto.”

O relato acima é do empresário Cristiano Piquet.

Ele se tornou famoso como corretor de imóveis em Miami e, por isso, foi procurado pela equipe de Jair Bolsonaro para intermediar o aluguel de uma casa na Flórida para abrigar o ex-presidente por alguns meses, a partir de dezembro de 2022.

Depois de alocar Bolsonaro em uma casa pertencente ao lutador José Aldo, Piquet recebeu o inusitado pedido de transportar uma mala, sem saber qual era o seu conteúdo.

O terceiro episódio de “Cid: A Sombra de Bolsonaro”, um podcast original do UOL Prime, traz o relato de Cristiano Piquet sobre o pedido feito pelo tenente-coronel Mauro Cid para transportar essa mala de joias de Orlando até Miami.

A reportagem foi até a cidade norte-americana para descobrir mais detalhes sobre as negociações. Lá, as joias foram recebidas pelo pai de Cid, o general Mauro Lourena Cid, que tentaria vender os itens em diversas lojas na cidade.

Os quatros episódios da série já estão disponíveis no YouTube do UOL Prime, Spotify e em outras plataformas de áudio.

Os pontos principais do episódio

  • A então vice-cônsul do Brasil em Orlando, Marcela Braga, conta que Mauro Cid queria usar os serviços consulares para levar a mala de joias até Miami, mas que lhe recomendou contratar uma empresa privada para realizar esse serviço.
  • Como Marcela Braga não atendeu ao pedido, Cid acabou acionando Cristiano Piquet. O empresário deu os esclarecimentos desse episódio à Polícia Federal na condição de testemunha.
  • Os funcionários das lojas de joias em Miami evitam falar sobre Mauro Cid e dizem que não receberam as joias do tenente-coronel, apesar das indicações da PF de que isso teria ocorrido.
  • O general Mauro Lourena Cid, que presidiu o escritório de Miami da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e participou das negociações das joias, também usou a estrutura da agência para viajar ao acampamento golpista no quartel-general do Exército, em Brasília.


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