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Eleição no Irã: promessas de mudança do presidente eleito Masoud Pezeshkian confrontam a realidade da ditadura fundamentalista. Esperança x ceticismo.




Análise da Eleição no Irã

Análise da Eleição no Irã

Uma coisa é querer. Outra é conseguir. A recente eleição iraniana nos impõe esse paradigma de análise, baseado em fatos concretos. O primeiro é que o candidato vencedor, Masoud Pezeshkian, que se apresenta como reformista, prometeu mudanças. Entre elas, reabrir conversas com o Ocidente e suavizar o uso obrigatório dos véus pelas mulheres. Sem dúvida, são bons sinais, embora insuficientes para quem defende a liberdade e a democracia nos seus sentidos corretos e amplos. Mas é um começo.

Entre as intenções de Masoud e a realidade, porém, existem obstáculos difíceis de transpor. O Irã é uma ditadura fundamentalista, que oprime mulheres, LGBTQI+ e todas as minorias que, de uma forma ou de outra, são consideradas ameaças a um modelo de sociedade regida pela interpretação radical do Islã. Não é à toa que, logo após a divulgação do resultado, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, declarou: “Não temos expectativa de que essa eleição levará a uma mudança substancial na direção das políticas iranianas”.

Se a torcida pelas mudanças é grande, há motivos de sobra para ceticismo. Quem manda no Irã, de direito e de fato, não é o presidente, mas sim o “líder supremo”, no caso, o aiatolá Ali Khamenei, um ditador religioso ultraconservador. Hoje, o Irã é uma das maiores ameaças à estabilidade mundial. Além da opressão interna, o regime de Teerã financia grupos terroristas mundo afora. Está por trás, por exemplo, do assassinato de 1,2 mil pessoas em Israel e do sequestro de outras 230, em outubro do ano passado.


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