
Em meio a uma devastação de quase 18 mil hectares no Pantanal, a fiscal do Ibama classificou as ações da Rumo Malha Oeste como “imperícia, imprudência e negligência”. Segundo ela, a proibição do uso de fogo é amplamente conhecida devido aos graves incêndios florestais e às adversidades climáticas. Além disso, ressaltou que a empresa deveria ter tido mais cautela ao fazer uma manutenção que resultou na liberação de faíscas. Essa ação culminou em uma multa de R$ 50 milhões para a Rumo e outra de R$ 7 milhões por descumprimento das condicionantes do licenciamento.
De acordo com a fiscalização, os dormentes de madeira deixados ao longo da via também contribuíram para a propagação do incêndio. A Rumo se pronunciou afirmando que as causas estão sendo investigadas e que não possui conhecimento das multas. A empresa justificou que diversos focos de incêndio simultâneos de outras origens contribuíram para a situação, além das condições climáticas desfavoráveis.
Além da multa aplicada à Rumo, a Trill Construtora, responsável pela manutenção terceirizada, também foi autuada em R$ 50 milhões pelo Ibama como corresponsável pelo incêndio. Até o momento, a empresa não se manifestou sobre o assunto.
Queimadas no Pantanal
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ, desde janeiro deste ano, 2,3 milhões de hectares do Pantanal foram destruídos por queimadas, o que representa 15% do bioma. A situação demonstra a gravidade dos incêndios na região.