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Progresso na Macroeconomia: Quando a Revolução Chegou
Estamos presenciando, neste exato momento, um marco no mundo acadêmico. Rodeado por fórmulas complicadas e experimentos empíricos, surge um progresso significativo que tentaremos explicar da forma mais simples possível.
Até a década de 1970, a macroeconomia e a microeconomia viviam em mundos separados. Enquanto na microeconomia as firmas eram tratadas como maximizadoras de lucro e as pessoas buscavam constantemente melhorar seu bem-estar, a macroeconomia era uma bagunça metodológica, sem fundamentos sólidos.
No entanto, a virada da década trouxe consigo a primeira revolução metodológica da macroeconomia, aproximando-a da microeconomia. Modelos passaram a refletir escolhas feitas por empresas e famílias, levando em consideração eventos futuros que poderiam influenciar decisões presentes. O planejamento tornou-se parte integrante das teorias macroeconômicas, introduzindo a otimização intertemporal nos modelos.
O progresso continuou nas décadas seguintes, refinando os modelos para refletir a realidade, incorporando elementos como rigidez de salários, hábitos de consumo e competição imperfeita. A crise financeira de 2009, por sua vez, revelou a necessidade de maior heterogeneidade nos modelos macroeconômicos, levando a uma reconstrução do edifício macro.
A nova geração de macroeconomistas, auxiliada por avanços tecnológicos, está redefinindo a maneira como entendemos a economia. A heterogeneidade de agentes econômicos é agora considerada, com as diferenças de dívidas, poupança e acesso a ativos sendo incorporadas aos modelos.
Estamos apenas começando essa jornada de aprendizado. A macroeconomia não mais se baseia em modelos de agentes homogêneos, mas sim considera a diversidade da sociedade. Políticas econômicas e seus impactos agora são vistos sob uma luz redistributiva, reconhecendo a influência da heterogeneidade de renda e riqueza nos indicadores agregados da economia.