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Falta de depoentes incomoda defesa de Chiquinho Brazão no Conselho de Ética em caso de cassação por envolvimento no assassinato de Marielle Franco.



Deputado Chiquinho Brazão depõe no Conselho de Ética

Na tarde desta terça-feira, 9, apenas uma das oito testemunhas convidadas pela defesa do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) compareceu para depor no Conselho de Ética. Marcos Rodrigues Martins, ex-assessor de Brazão na Câmara Municipal do Rio, foi o único que prestou depoimento neste caso que pode resultar na cassação do parlamentar, atualmente preso sob a acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco.

A ausência dos demais depoentes gerou desconforto na defesa do deputado. O advogado Cléber Lopes destacou que “servidores públicos têm o dever funcional de prestar depoimento. O Conselho não terá elementos suficientes para decidir sobre a existência do fato”, apelando para a relatora, Jack Rocha (PT-ES).

Brazão havia solicitado a presença, entre outros, do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e de Elcio Queiroz, acusado de participar da execução de Marielle, como testemunhas. No entanto, optaram por não comparecer. Vale ressaltar que todas as pessoas convocadas são apenas convidadas e não têm obrigação de participar para prestar seu testemunho.

Durante seu depoimento, Marcos Rodrigues Martins minimizou a participação de Brazão em projetos de lei relacionados a políticas fundiárias, elemento apontado pela Polícia Federal como motivação para o assassinato de Marielle.

A delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, autor confesso dos crimes e delator, contradiz a versão apresentada por Martins, indicando que a atuação de Marielle contra tais projetos ia de encontro aos interesses dos Brazão no que diz respeito às políticas fundiárias, especialmente em regiões de milícia.

Mais cedo, o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) testemunhou, afirmando que Marielle representava um obstáculo para as milícias no Rio, sendo uma ameaça aos seus interesses políticos. Ele destacou a importância da ex-vereadora como um empecilho para os objetivos econômicos e políticos das milícias na cidade.

De acordo com informações da Coluna do Estadão, o caso de Chiquinho Brazão no Conselho de Ética deverá se estender até setembro, mantendo-o como deputado federal até lá. Isso pode resultar em mais de R$400 mil em salários para ele e seus 25 funcionários do gabinete durante o período.

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