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Ex-árbitro Manoel Serapião nega envolvimento de juízes e dirigentes da CBF em manipulação de resultados de jogos em depoimento à CPI.

Na manhã desta terça-feira (9), durante seu depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o ex-árbitro de futebol Manoel Serapião Filho fez declarações surpreendentes sobre a integridade dos árbitros e dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Serapião afirmou categoricamente que não acredita e nem sequer suspeita que juízes ou dirigentes possam estar envolvidos em possíveis manipulações de resultados de jogos de futebol. A sessão foi presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), contando com a participação do relator do colegiado, senador Romário (PL-RJ), e do senador Carlos Portinho (PL-RJ).

Em resposta a uma pergunta de Romário sobre a possibilidade de manipulação de resultados por parte de árbitros, o ex-árbitro Fifa reiterou sua confiança na integridade dos profissionais e dirigentes, ressaltando que qualquer ato de desvio seria uma grande decepção e surpresa. Serapião, que foi um dos idealizadores do VAR no futebol, explicou como a tecnologia tem contribuído para trazer mais segurança ao esporte, corrigindo possíveis equívocos e distorções em lances difíceis para a arbitragem. Ele também detalhou o funcionamento das câmeras em campo, cujas imagens são fundamentais para as avaliações do VAR.

O ex-oficial de integridade de VAR da CBF, Rômulo Meira Reis, por sua vez, revelou que sua função era analisar possíveis suspeitas de fraudes no mercado de apostas esportivas que envolvessem decisões de arbitragem. Ele destacou que, entre 2017 e 2022, mais de 200 alertas de denúncias ou suspeitas de manipulação de jogos foram investigados.

Convocado não comparece

Durante a reunião, Kajuru informou que William Pereira Rogatto não estava presente para depor. O senador revelou que Rogatto é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em manipulação de resultados de jogos de futebol desde 2020 e que há um mandado de prisão contra ele. Segundo as autoridades, Rogatto estaria envolvido em um esquema de manipulação em diversos estados brasileiros.

A CPI também aprovou requerimentos de Romário para quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático da empresa BC Sports Management Ltda, de Bruno Lopez de Moura e de Camila Silva da Motta. Essa ação foi motivada pela Operação Penalidade Máxima, que revelou uma organização criminosa especializada em manipulação de apostas esportivas em diversos estados do país. Os sócios da empresa foram denunciados por participação nesse esquema ilícito.

Novos depoimentos

Além disso, foi aprovado um convite para que Mauro Marcelo de Lima e Silva, auditor do STJD, deponha na CPI. O objetivo é esclarecer acusações de manipulação de resultados feitas por John Textor, dono do Botafogo, e compartilhar informações sobre investigações no Campeonato Brasileiro de 2023.

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