O desfecho da eleição parlamentar na França no último domingo (7) trouxe consigo uma incerteza política que se manteve no dia seguinte à divulgação dos resultados. O presidente Emmanuel Macron decidiu não aceitar a demissão do primeiro-ministro Gabriel Attal e solicitou que seu aliado permanecesse no cargo até que o cenário na Assembleia Nacional se tornasse mais claro.
Líderes políticos da Nova Frente Popular, uma coalizão de esquerda que conquistou a maioria no Parlamento, estão reunidos em busca de um nome de consenso para ocupar o cargo de primeiro-ministro. Jean-Luc Mélenchon, um dos líderes do bloco, afirmou que é “parte da solução, não do problema”.
A resistência demonstrada pelos aliados de Macron e até mesmo da NFP com relação a Mélenchon, considerado radical, pode dificultar sua indicação e favorecer a escolha de um nome mais neutro. Esta indefinição adiciona ainda mais camadas de incerteza ao futuro político de Macron. Já a ultradireita busca se recuperar da decepção com o terceiro lugar obtido. Jordan Bardella, presidente da Reunião Nacional, anunciou que liderará um bloco no Parlamento Europeu.
O episódio mais recente do programa de áudio Café da Manhã explora como a eleição parlamentar na França repercute tanto no país quanto no mundo. Tanguy Baghdadi, especialista em relações internacionais e apresentador do podcast Petit Journal, analisa quem sai ganhando e quem sai perdendo com os resultados eleitorais, além de discutir a eficácia das estratégias para conter a ultradireita.
O Café da Manhã é disponibilizado de segunda a sexta-feira, nas primeiras horas do dia, e é apresentado pelo jornalista Gustavo Simon, com produção de Lucas Monteiro e Maurício Meireles. A edição de som é feita por Raphael Concli. Para ouvir o episódio completo, basta acessar o Spotify, plataforma de streaming parceira da Folha nesta iniciativa.
