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Decreto da Presidência da República gera insatisfação entre ministérios por centralizar processos de negociação com empresas privadas.




Decreto da Presidência gera insatisfação entre ministérios

Decreto da Presidência gera insatisfação entre ministérios

Na última semana, um decreto publicado pela Presidência da República causou desconforto entre os ministérios, especialmente os ligados à área de infraestrutura.

Datada do dia 3 de março, a medida determina que todos os processos de negociação de órgãos federais com empresas privadas, como revisões contratuais e concessões, devem ser autorizados e contar com a participação da AGU (Advocacia Geral da União).

Representantes do governo expressaram insatisfação, alegando que o decreto torna os processos de negociação excessivamente burocráticos e restringe a autonomia dos ministérios.

Além disso, houve reclamações sobre a falta de aviso prévio antes da publicação no Diário Oficial, especialmente por muitos ministros estarem de férias no momento.

O decreto estabelece a criação do programa Resolve (Rede Federal de Mediação e Negociação), visando auxiliar na resolução de conflitos e mediação em negociações.

Um dos artigos do decreto destaca a obrigatoriedade da participação e assessoramento da AGU em negociações que envolvam a União ou suas autarquias e fundações, com o objetivo de garantir segurança jurídica e controle de legalidade. Essa exigência se estende até mesmo a negociações no âmbito do Tribunal de Contas da União (TCU), gerando reações também na corte.

Um exemplo prático dessa nova exigência foi o cancelamento de uma reunião, na última sexta-feira, entre o TCU, Ministério dos Transportes, ANTT e a concessionária Via Bahia, responsável pelas BRs 116 e 324 no estado, para discutir investimentos nas rodovias.

Outro lado

O ministro Jorge Messias, da AGU, afirmou que o decreto não cria uma nova câmara de negociação e mediação, apenas estabelece que o órgão é responsável pela gestão do programa Resolve. Ele ressaltou a importância de buscar soluções consensuais em negociações envolvendo órgãos da administração pública federal e afirmou que a iniciativa contribui para o bom funcionamento das instituições governamentais e para a retomada dos investimentos no país.

A AGU negou que as pastas tenham sido pegas de surpresa, afirmando que o assunto vem sendo discutido desde o ano passado com a Casa Civil.


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