Arquiteto negro vence concurso para projeto do Centro Cultural Rio-África na região carioca da Pequena África, marcando presença afrodescendente.

Localizado em uma área que já foi uma maternidade, próximo ao Cais do Valongo, principal porta de entrada de africanos escravizados nas Américas nos séculos 18 e 19, o centro cultural terá como objetivo valorizar a arte e a cultura afro-brasileiras. O espaço contará com informações sobre a história da diáspora africana, personagens históricos e o desenvolvimento urbano da região portuária do Rio de Janeiro.
O concurso premiará os três melhores trabalhos, sendo que o vencedor terá seu projeto executado e receberá um prêmio de R$ 60 mil. O custo total da construção do centro cultural é de R$ 30 milhões, com um investimento de R$ 3 milhões da empresa responsável pelo empreendimento imobiliário na região, sem custos para a prefeitura.
O coordenador do concurso, o arquiteto Marllon Sevilha, ressalta a importância de direcionar a competição para arquitetos negros, buscando maior representatividade e inclusão nos espaços de decisão. A previsão é que o resultado seja anunciado no dia 29 de outubro.
Além disso, a região da Pequena África, onde o centro cultural será construído, é rica em sítios históricos que remetem à influência negra na construção da identidade carioca e brasileira. Locais como o Cais do Valongo e o Cemitério dos Pretos Novos destacam a importância da presença africana na região.
O prefeito Eduardo Paes relaciona a construção do centro cultural com a desigualdade racial no país, destacando a importância de entender e corrigir as injustiças históricas. O Centro Cultural Rio-África promete ser uma atração valorosa ao refletir a cultura afro-brasileira e promover a inclusão e representatividade.