Investigação da PF aponta participação de Bolsonaro em desvio de mais de R$ 25 milhões em presentes recebidos do exterior
De acordo com as informações apuradas, Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciadas na semana passada pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O relatório da PF, contendo 476 páginas, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal em sigilo na última sexta-feira e teve seu sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira.
O documento assinado pelo delegado Fábio Shor revela que uma associação criminosa atuava para desviar presentes recebidos por Bolsonaro em viagens internacionais, com o intuito de vendê-los no exterior. A investigação também destaca que parte do dinheiro obtido com as vendas pode ter sido utilizado para custear a estadia do ex-presidente nos Estados Unidos após deixar o cargo.
A investigação contou com a colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de colaboração premiada. Segundo o relatório, o pai de Mauro Cid, general Mauro Lorena Cid, teria intermediado o repasse de US$ 68 mil em espécie para Bolsonaro. O dinheiro foi recebido após a venda de um relógio Patek Phillip e um Rolex, com a participação do general Cid, que trabalhava no escritório da Apex em Miami.
Além disso, outras provas foram anexadas aos autos, incluindo comprovantes de saques bancários no Brasil e nos EUA, e planilhas mantidas por um assessor de Bolsonaro responsável pela contabilidade pessoal. A defesa dos citados está sendo procurada pela imprensa para comentar as acusações.
Essa revelação impactante coloca Bolsonaro no centro de uma investigação complexa e sugere um desvio milionário de recursos que deveriam ser destinados ao interesse público. A repercussão desse escândalo promete gerar intensos debates na sociedade brasileira e no cenário político nacional.
