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Amas: Anomalia Magnética do Atlântico Sul cresce 7% em 4 anos e causa preocupação entre especialistas e astronautas




Relatório da Nasa sobre a Amas

Relatório da Nasa revela crescimento da Amas

No mês de dezembro, a Nasa divulgou um relatório alarmante informando que a Amas (Anomalia Magnética do Atlântico Sul) apresentou um crescimento de 7% nos últimos quatro anos. A Amas é uma região do campo magnético da Terra com intensidade reduzida que vem despertando preocupações.

Após a divulgação do relatório, surgiram diversas notícias nas redes sociais afirmando que esse fenômeno poderia aumentar os riscos à saúde e intensificar as enchentes no Rio Grande do Sul devido à redução da proteção da Terra contra a radiação solar. No entanto, especialistas garantem que não há motivos para pânico.

O geofísico Gelvam Hartmann, da Unicamp, esclarece que eventuais falhas no campo magnético têm pouco impacto sobre as pessoas ou o clima do planeta. Segundo ele, a radiação solar que consegue atravessar o campo magnético e atingir aparelhos eletrônicos em órbita terrestre é mínima e não representa um perigo significativo para a população.

Uma teoria que também foi desmentida é a de que até 2023 os voos intercontinentais poderiam ser afetados pelo vento solar na região da Amas. Pesquisadores alemães realizaram estudos que mostraram baixos níveis de radiação solar em voos que passavam pela região, derrubando a suposição inicial.

Origem e evolução da Amas

A Amas foi detectada nos anos 1950 pelos primeiros satélites em órbita terrestre e desde então tem sido monitorada de perto por diversos países preocupados com seus possíveis efeitos sobre satélites, espaçonaves e estações espaciais.

De acordo com o geofísico Ricardo Trindade, da Universidade de São Paulo, a Amas é gerada na fronteira entre o núcleo externo líquido da Terra e o manto, devido a diferenças na condução de calor nessas regiões. Essa diferença no fluxo de calor provoca uma expulsão de fluxo magnético na região do Atlântico Sul, originando a anomalia.

Recentemente, foi observado um segundo núcleo da Amas sobre o oceano Atlântico, próximo à África, o que não apresentou impactos relevantes. A região maior da Amas, sobre a América Latina, está prevista para desaparecer em algum momento, enquanto a menor deve gerar uma nova anomalia. Essa evolução cíclica da Amas pode ser observada ao longo dos séculos e tem despertado cada vez mais interesse dos cientistas.

Em agosto de 2020, cientistas encontraram evidências de variação na direção do campo magnético em artefatos arqueológicos na África datados do século 5º, revelando que a Amas já existia naquela época. Essas descobertas reforçam a importância de estudar e compreender os efeitos desse fenômeno magnético em nosso planeta.


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