
Desafios da Transição do Brasil para a Alta Renda
Recentemente, o Banco Mundial alertou para a “armadilha da renda média”, um fenômeno que afeta países em desenvolvimento, como o Brasil, que enfrentam dificuldades em avançar para uma economia baseada em inovação e tecnologia. Essa situação se tornou cada vez mais evidente nos últimos anos, com apenas 34 economias conseguindo escapar da armadilha desde 2007.
De acordo com o Banco Mundial, ao atingirem cerca de 10% do PIB per capita dos Estados Unidos, os países tendem a cair nessa “armadilha da renda média”. O Brasil, por exemplo, luta há décadas para superar esse desafio e alcançar o status de alta renda, enquanto 108 países ainda são classificados como de renda média, representando 40% da atividade econômica global.
O Relatório de Desenvolvimento Mundial 2024 do Banco Mundial alerta que, se as tendências atuais persistirem, a maioria dos países de renda média enfrentará desacelerações significativas no crescimento até o final do século. Países como Brasil e México correm o risco de se distanciar ainda mais dos Estados Unidos, mostrando a importância de uma transição eficiente.
Um fator crítico nessa desaceleração é a mudança na estrutura das economias em desenvolvimento. À medida que crescem, esses países precisam se ajustar, complementando os investimentos com tecnologias estrangeiras e desenvolvendo capacidades domésticas para inovação. A Coreia do Sul, por exemplo, priorizou a infusão de tecnologia estrangeira, o que resultou em um aumento significativo na produtividade de seus trabalhadores em comparação com o Brasil.
Para que o Brasil escape da armadilha da renda média, será necessário ajustar sua estratégia de crescimento. O país deve ser mais disciplinado e eficiente no uso de seu capital, recursos humanos e energia, aprendendo com casos de sucesso e recalibrando sua abordagem. Maior abertura econômica, participação nas cadeias globais de valor e competição entre empresas para adoção de novas tecnologias serão fundamentais nesse processo.
Folha Mercado
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