
Novo Método para Diagnóstico da Obesidade é Proposto por Pesquisadores
Um artigo publicado no periódico científico Nature Medicine nesta sexta-feira (5) apresentou uma proposta inovadora para o diagnóstico da obesidade em adultos. Pesquisadores da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (Easo) defendem que o método atual, baseado apenas no Índice de Massa Corporal (IMC), é insuficiente e precisa ser modificado.
De acordo com os autores, a obesidade é uma doença crônica e multifatorial, o que requer uma avaliação mais abrangente e um tratamento baseado em diversos fatores clínicos. O IMC, calculado a partir do peso e altura de uma pessoa, tem sido criticado por ser simplista e limitado em relação à saúde geral dos indivíduos.
Os pesquisadores argumentam que a obesidade deve ser considerada um processo progressivo que pode evoluir para condições potencialmente fatais. O acúmulo de gordura abdominal, por exemplo, está associado a um maior risco de complicações cardiometabólicas e é um fator determinante mais relevante do que o IMC.
No Brasil, cerca de 20% da população é considerada obesa e mais da metade tem excesso de peso, segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. Estudos recentes alertam que, se os padrões atuais forem mantidos, quase metade dos brasileiros será obesa até 2044.
A Organização Mundial da Saúde aponta que, globalmente, 43% dos adultos estão acima do peso e 16% são obesos. A obesidade pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer, impactando negativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas.
Os pesquisadores europeus propuseram um novo critério de diagnóstico que leva em consideração o acúmulo de gordura abdominal e outros prejuízos médicos, funcionais ou psicológicos, mesmo em pacientes com IMC baixo. O tratamento da obesidade, segundo eles, deve incluir medidas comportamentais, terapia nutricional, atividade física, redução do estresse e, em casos selecionados, cirurgias metabólicas. O objetivo é promover uma melhor qualidade de vida e bem-estar para os pacientes.
Essa abordagem inovadora visa aprimorar o tratamento da obesidade, aproximando-o do manejo de outras doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, destaca a importância do diagnóstico precoce em idosos e do monitoramento para cânceres relacionados à obesidade.