Juíza marca próxima audiência do julgamento do Massacre de Paraisópolis para maio de 2024, com depoimento crucial de testemunha protegida.

Além dos 12 policiais, um outro agente da Polícia Militar também é responsabilizado no processo por colocar em risco as pessoas que estavam no baile funk. Ele é acusado de ter soltado explosivos durante a operação, aumentando o tumulto no local.
Na segunda-feira, 18 de dezembro de 2023, a Corte realizou a segunda audiência de instrução. O juiz Ricardo Augusto Ramos ouviu o depoimento de uma testemunha protegida, cuja identidade não foi revelada, além de duas profissionais do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), convidadas pela Defensoria Pública de São Paulo para produzir pareceres sobre a causa de morte das vítimas e restituir os fatos com base em materiais audiovisuais.
Durante seu depoimento, a biomédica Ana Paula de Souza Velloso, do Caaf, afirmou que concluiu em seu parecer que as nove vítimas da chacina morreram por asfixia mecânica, e não por pisoteamento, como defendido pelas famílias dos jovens mortos. A suspeita que recai sobre os policiais é de que os jovens foram cercados em uma viela da Favela de Paraisópolis e morreram por asfixia.
O Massacre de Paraisópolis ocorreu na noite de 1º de dezembro de 2019, e se confirmada a conduta dos agentes de segurança pública, configuraria mais um caso de violência policial extrema. Os jovens assassinados naquela noite tinham entre 14 e 23 anos de idade.
O processo contra os policiais foi aberto após o Ministério Público de São Paulo apresentar denúncia. O relatório de 187 páginas elaborado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, com detalhes que, segundo os parentes das vítimas, comprovam excessos e abuso de autoridade por parte dos agentes do Estado.
Portanto, o desfecho desse caso continua sendo aguardado com grande expectativa pela população, que espera por justiça e responsabilização pelos trágicos eventos que resultaram na morte de nove jovens. A audiência marcada para maio de 2024 será um passo importante para determinar os próximos rumos desse julgamento e para que as famílias das vítimas possam encontrar um caminho para superar essa dor e encontrar alguma forma de justiça.