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Rede de empresas suspeitas de lavar R$ 5,4 bilhões do tráfico de drogas é desmantelada após investigação da Polícia Federal.





Operação Terra Fértil: Polícia Federal desmantela rede de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Uberlândia

Operação Terra Fértil: Polícia Federal desmantela rede de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Uberlândia

A Polícia Federal desencadeou a Operação Terra Fértil, que resultou no desmantelamento de uma rede de empresas suspeitas de lavar R$ 5,4 bilhões provenientes do tráfico de drogas. A operação teve início após a compra de uma mansão de R$ 2,5 milhões em Uberlândia (MG) por Ronald Roland.

Roland, conhecido no meio policial pelo envolvimento com o tráfico de entorpecentes, foi preso durante a ação policial na última terça-feira (2). Ele já era alvo de investigações há algum tempo, porém, esta foi a primeira vez que sua rede de lavagem de dinheiro foi efetivamente atingida por uma investigação da Polícia Federal.

A aquisição do imóvel em Uberlândia, realizada por uma empresa em nome de possíveis laranjas identificados pela PF, chamou a atenção das autoridades devido ao extenso histórico de Roland no tráfico de drogas. Segundo informações obtidas, Roland é internacionalmente reconhecido como um grande traficante de drogas, com conexões com cartéis mexicanos e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A investigação da PF levou a descobertas surpreendentes, como a relação entre Roland e os cartéis de Sinaloa e Los Zetas, revelada em uma operação anterior realizada em 2015. Após receber informações sobre a mudança de Roland para a mansão em Uberlândia, os investigadores passaram a levantar detalhes sobre a propriedade e descobriram que a mesma havia sido adquirida em nome da empresa Kaupan Exportação e Importação de Alimentícios.

As investigações se aprofundaram ainda mais, envolvendo o Coaf para rastrear transações suspeitas da empresa. Os dados coletados pela PF revelam que a Kaupan recebeu vultosos depósitos em espécie, totalizando R$ 1,6 milhão entre maio de 2019 e janeiro de 2022.

Além da Kaupan, outras empresas e indivíduos ligados a Roland foram identificados, resultando no mapeamento de 48 CNPJs em nome de laranjas, cuja movimentação financeira suspeita atingiu a cifra de R$ 5,4 bilhões nos últimos cinco anos. A PF enfatiza que esse valor pode ser ainda maior, considerando que foram analisadas apenas transações classificadas como suspeitas pelo Coaf.

Uma das empresas investigadas, a LS Comércio, pertence a Leonardo Santos, líder do PCC em Portugal e articulador logístico no transporte de entorpecentes para a Europa. A ligação de Roland com o PCC também foi evidenciada através de suas movimentações financeiras, que indicam transações com integrantes da facção criminosa.

As transações suspeitas identificadas pelo Coaf incluem casos de fracionamento de depósitos em espécie e tentativas de depósitos em agências bancárias, seguidas por fugas dos depositantes ao serem questionados sobre a origem do dinheiro.

Além das movimentações financeiras, a PF destaca o poderio econômico do grupo criminoso, que possui mais de 90 automóveis, 11 aeronaves e diversos imóveis registrados em seus nomes. A complexidade das operações ilegais e a interconexão de dezenas de criminosos com extensos registros policiais por diversos crimes são elementos que impressionam até mesmo os profissionais mais experientes da área jurídica.


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