DestaqueUOL

Justiça condena vítima de violência racista em Portugal, diz entidade de direitos humanos




Entidade acusa Justiça de condenar vítima de violência racial

Entidade acusa Justiça de condenar vítima de violência racial

Em meio a um julgamento que despertou indignação e revolta, uma das filhas de Claudia Simões leu um manifesto para a imprensa, denunciando a condenação da vítima pela Justiça. O caso, que ocorreu no dia 19 de janeiro de 2020, ganhou destaque pela forma como a vítima foi retratada no tribunal.

Segundo a família de Cláudia Simões, o veredito a descreveu como selvagem, arrogante e exagerada, mesmo diante de todas as evidências que comprovam a violência que sofreu. Em um trecho do manifesto, é possível ler: “A vítima não pode ser transformada em culpada. Anunciamos que recorreremos desta sentença, pela minha mãe e por todas as pessoas que já estiveram ou possam estar a passar pela mesma situação”.

A organização portuguesa SOS Racismo se pronunciou sobre o caso, afirmando que a Justiça deu sanção à vítima e poupou os verdadeiros culpados. Para a entidade, o sistema judiciário duplicou a força da violência e racismo institucional sofridos por Cláudia Simões, legitimando assim as práticas de violência racistas das forças policiais.

Juíza desconsiderou alegações de racismo

Na sentença final, a juíza responsável pelo caso desconsiderou as acusações de racismo feitas pelos movimentos antirracistas e setores da mídia. Para o SOS Racismo, o veredito demonstra que a Justiça em Portugal tem cor e que o racismo é protegido institucionalmente.

A entidade atua desde 1990 na proteção às populações imigrantes e das minorias étnicas na sociedade portuguesa, e lamentou o resultado do julgamento, classificando-o como uma forma de normalização da violência policial racista.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo