Em uma entrevista à imprensa nesta sexta-feira, a ministra das Relações Exteriores da Bolívia, Celinda Sosa, destacou que a entrada do país como membro pleno do Mercosul é um momento histórico para a Bolívia e seus setores produtivos. “Há muitos anos é um sonho que se tornou realidade”, enfatizou ela, ressaltando a importância de fazer parte do quinto bloco econômico mais importante do mundo.
A Bolívia finalmente se tornou membro pleno do Mercosul em dezembro do ano passado, durante a Cúpula do Rio de Janeiro, após oito anos de espera. No entanto, o país ainda precisa se adaptar ao universo regulatório do bloco. Com um acordo de livre comércio desde 1997, a Bolívia acumulou um déficit comercial de 42%, o que representa um desafio a ser superado.
Segundo Gary Rodríguez, do Instituto de Comércio Exterior (IBCE), o protocolo de adesão ao Mercosul traz obrigações adicionais, como a proibição de negociações bilaterais com outros países. “A questão agora é se estamos preparados para aplicar as 4.500 regras do Mercosul”, ponderou ele.
No próximo domingo, o presidente da Bolívia, Luis Arce, participará da cúpula do Mercosul no Paraguai, que deve finalizar o processo de entrada do país no bloco. A adesão da Bolívia já havia sido ratificada pelos demais países membros.
A viagem de Arce para a cúpula marcará seu primeiro encontro com os líderes dos países vizinhos desde o fracassado golpe militar da semana passada. O Mercosul condenou o episódio e expressou seu apoio a Arce, com exceção do presidente argentino Javier Milei, cujo governo classificou o golpe como falso, gerando tensionamentos entre os países.
