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Governo federal registra disparada de vazamento de dados em 2024, com 3.253 episódios, alerta sobre necessidade de melhora da cibersegurança.




Disparada de vazamento de dados preocupa governo federal em 2024

Disparada de vazamento de dados preocupa governo federal em 2024

O governo federal registrou uma disparada de registros de vazamento de dados em 2024. Foram 3.253 episódios neste ano, contra 1.615 somados de 2020 a 2023.

Os casos recentes incluem vazamento de informações do Conecte SUS e furto de informações de servidores públicos usadas em março e abril para desviar de ao menos R$ 15 milhões do sistema de pagamento da administração federal (o Siafi).

Os dados sobre ataques cibernéticos foram compilados pelo CTIR Gov (Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo), órgão ligado ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Neste mês, por exemplo, o governo Lula sofreu um ataque hacker que atingiu plataformas de nove ministérios e dois órgãos da administração federal.

As informações integram o escopo monitorado pelo centro, sendo, em sua maioria, credenciais (login e senha) de sistemas dos três poderes e das chamadas infraestruturas críticas, como aeroportos e hidrelétricas.

O GSI não divulga a origem desses vazamentos para não indicar a criminosos quais domínios são mais vulneráveis. As informações apresentadas pelo ministério também não permitem apontar quantas pessoas tiveram dados expostos.

Apesar de não ser possível identificar a causa exata, integrantes do governo apontam que a tendência de aumento nos registros está relacionada à ampliação de parcerias do CTIR Gov com fóruns internacionais e países como a Índia, resultando em mais trocas de informações e, consequentemente, mais vazamentos de dados.

O especialista Rafael Zanatta sugere a criação de um órgão especializado em cibersegurança e a necessidade de melhorar a governança de dados no Brasil para lidar com a crescente ameaça de ataques cibernéticos.

Em resposta aos vazamentos, o Ministério da Governação e Inteligência (MGI) implantou o Programa de Privacidade e Segurança da Informação nos órgãos federais, buscando reforçar a segurança dos sistemas e educar os profissionais para se proteger.

Muitos dos vazamentos são causados por usuários que clicam em links fraudulentos, prática conhecida como phishing, levando à necessidade de medidas adicionais de segurança, como verificação em dois fatores e token.

O cenário de ataques cibernéticos frequentes reforça a importância da instituição de um órgão dedicado à governança da cibersegurança nacional, medida que está sendo avaliada pelo governo.

Diante da fragilidade das equipes de tecnologia da informação, a abertura de 300 vagas para a carreira de analista de tecnologia da informação no próximo concurso unificado mostra a preocupação em fortalecer a segurança cibernética do país.


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