
Barbeiro Osasquense é Agredido por Guardas Municipais
No trajeto entre casa e trabalho, o barbeiro osasquense Gustavo Almeida de Souza opta por utilizar a bicicleta em vez do transporte público. Sua decisão, além de legítima, traz benefícios como economia financeira, redução de congestionamentos, diminuição do tempo de viagem, melhoria na saúde e contribuição para a redução de gases do efeito estufa.
Apesar da atitude admirável de Gustavo, observada em muitos habitantes de Osasco, a administração municipal parece não apoiar o uso da bicicleta como meio de transporte. A falta de estrutura cicloviária na cidade é evidente, o que ficou ainda mais claro durante um incidente envolvendo Gustavo e a Guarda Civil Municipal de Osasco.
No último dia 2, Gustavo foi abordado por agentes da GCM enquanto pedalava no calçadão central da cidade, uma área destinada exclusivamente a pedestres. O episódio, registrado em vídeo e compartilhado nas redes sociais, mostra a violência cometida pelos guardas contra o barbeiro, incluindo o uso de spray de pimenta, agressões físicas e tortura.
Após ser levado à base da GCM, Gustavo relatou ter sido espancado por cerca de 15 minutos por dez guardas. Mesmo ferido, foi encaminhado à UPA e coagido a mentir sobre a origem de suas lesões. No entanto, o barbeiro não se intimidou e denunciou as agressões sofridas.
A vereadora Juliana Curvelo se manifestou em defesa de Gustavo nas redes sociais, destacando a falta de ciclovia na cidade e a recusa da prefeitura em implantar uma infraestrutura adequada para ciclistas. Dados demonstram que a bicicleta é o principal meio de transporte entre o centro e a periferia da cidade, com aproximadamente 1,3 mil viagens diárias.
Em resposta, a prefeitura de Osasco afirmou que a cidade possui ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas, totalizando 22 km de extensão. No entanto, essas estruturas não são suficientes para atender a demanda dos ciclistas, que enfrentam desafios diários ao se locomoverem pela região.
A prefeitura anunciou o afastamento dos guardas envolvidos na agressão a Gustavo e ressaltou que a prática de estrangulamento é proibida. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que o caso foi encaminhado para apuração e orientou a vítima a denunciar qualquer irregularidade.
A violência sofrida por Gustavo expôs não apenas a falta de estrutura cicloviária em Osasco, mas também a necessidade de respeito aos direitos individuais e à integridade física de todos os cidadãos, independentemente do meio de transporte escolhido.