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Superávit da balança comercial cai em junho devido à queda nos preços da soja e do milho e aumento na importação de veículos elétricos

O superávit da balança comercial brasileira apresentou uma queda em junho, impulsionado principalmente pela diminuição no preço da soja e do milho, além do aumento nas importações de veículos elétricos. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (4), o país exportou US$ 6,711 bilhões a mais do que importou no mês passado.

Essa cifra representa uma redução de 33,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, junho de 2024 ainda se posiciona como o quarto melhor junho da série histórica em termos de superávit comercial, ficando atrás apenas dos recordes de 2021, 2023 e 2022.

Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, apontou que o aumento nas importações de carros elétricos pode indicar uma antecipação por parte dos compradores para evitar o pagamento de tarifas mais elevadas de importação, que subiram de 12% para 25% em julho. Essa antecipação teria sido impulsionada pela crescente demanda por veículos híbridos e elétricos.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, a balança comercial brasileira registra um superávit de US$ 42,31 bilhões, com uma queda de 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da redução, esse valor é o segundo maior para o primeiro semestre desde o início da série histórica, perdendo apenas para 2023.

Em termos de setores, as exportações agropecuárias foram as mais prejudicadas pela queda de preços, enquanto a indústria extrativa apresentou crescimento tanto em volume de mercadorias exportadas como nos preços médios.

O governo revisou para cima a projeção de superávit comercial para 2024, passando de US$ 73,5 bilhões para US$ 79,2 bilhões. A expectativa é de que as exportações aumentem 1,7% em relação a 2023, alcançando US$ 345,4 bilhões, enquanto as importações devem subir 10,6%, totalizando US$ 266,2 bilhões.

As previsões do governo estão ligeiramente mais otimistas do que as do mercado financeiro, que estima um superávit de US$ 81,55 bilhões para o ano de 2024, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central.

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