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Percentual de brasileiros endividados permanece estável em junho de 2024, revela pesquisa da CNC; demanda por crédito mostra cautela.

O índice de brasileiros endividados se manteve em 78,8% no mês de junho de 2024, após três meses consecutivos de alta, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta quinta-feira (4). Esse dado reflete a estabilização da demanda por crédito pelas famílias, que estão demonstrando mais cautela para evitar o acúmulo de dívidas.

José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, destacou que a manutenção do índice de endividamento indica uma preocupação por parte das famílias com a inadimplência, levando-as a focar em reduzir suas dívidas ao invés de contrair novos compromissos financeiros. A pesquisa também ressaltou os impactos da crise climática no estado do Rio Grande do Sul, que influenciaram no cenário nacional, elevando a inadimplência em 0,2 p.p.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, afirmou que, apesar do aumento do endividamento no Rio Grande do Sul, a inadimplência diminuiu, indicando que as medidas de apoio ao estado estão trazendo certo alívio ao orçamento das famílias locais. O relatório da Peic também revelou que houve melhorias no perfil do crédito para as famílias brasileiras, com redução da parcela muito endividada e aumento da parcela pouco endividada.

O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelo endividamento, sendo utilizado por 86,4% dos devedores no mês de junho. Por outro lado, carnês e cheque especial perderam representatividade, enquanto o financiamento imobiliário apresentou crescimento, refletindo um mercado de crédito com juros mais acessíveis.

Além disso, o endividamento cresceu entre as mulheres e diminuiu entre os homens em junho de 2024. Ambos os gêneros apresentaram aumento nas contas em atraso, refletindo a necessidade de as famílias adotarem medidas para controlar suas finanças e buscar prazos mais longos para o pagamento de suas dívidas.

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