
Calor e frio aumentam risco de infarto e AVC, alertam médicos
No Brasil, onde as temperaturas podem variar bastante ao longo do ano, é importante ficar atento aos riscos que o calor e o frio extremos podem trazer para a saúde cardiovascular. Segundo especialistas consultados pelo Comprova, tanto o excesso de calor quanto o frio intenso podem aumentar as chances de ocorrência de infarto e AVC.
O cardiologista Alexandre Rouge, vice-diretor do Instituto Nacional do Coração (INC), explica que o calor intenso faz com que os vasos sanguíneos se dilatem, a fim de permitir que o corpo perca calor para o ambiente. Esse processo natural pode levar à perda excessiva de líquidos e sais, resultando em desidratação. A desidratação, por sua vez, pode provocar arritmias cardíacas e queda de pressão, fatores de risco para AVC e infarto.
Já o cardiologista Cassio Borges destaca que o frio intenso pode causar vasoconstrição, ou seja, contração dos vasos sanguíneos. Isso aumenta a pressão arterial e pode desencadear a instabilidade de placas nas artérias do coração e do cérebro, aumentando o risco de infarto e AVC. Além disso, o frio também pode causar espasmos e contração nas artérias, gerando um ambiente propício para o desenvolvimento dessas condições.
A neurologista vascular Maramelia Miranda ressalta a importância de não subestimar os efeitos do calor e do frio na saúde cardiovascular, enfatizando que as mudanças bruscas de temperatura podem afetar a pressão arterial e contribuir para a ocorrência de AVC.
O AVC, conhecido como a segunda doença que mais mata no Brasil, pode ser provocado por obstruções nas veias ou artérias do cérebro, sendo classificado como isquêmico ou hemorrágico. Portanto, é fundamental estar atento aos sinais do corpo e adotar medidas preventivas para reduzir os riscos de complicações cardiovasculares, especialmente em períodos de calor intenso ou frio extremo.