
Corte de R$ 25,9 bilhões em despesas com benefícios sociais é avaliado por economistas
Na última quarta-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas com benefícios sociais, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Economistas avaliam que essa medida é bem-vinda, porém insuficiente.
O anúncio ocorreu após dias de turbulência nos mercados devido à desconfiança crescente dos agentes econômicos em relação ao compromisso do governo em cumprir as regras fiscais vigentes. Como resultado, o dólar teve uma queda de 1,72% no mesmo dia, sendo cotado a R$ 5,56. Lula reforçou a importância da responsabilidade fiscal, afirmando que é um compromisso, não apenas uma palavra.
Segundo Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, as declarações de Haddad são positivas e demonstram um compromisso com a responsabilidade fiscal. Ele destacou a importância do respaldo do presidente Lula para a implementação das medidas necessárias para cumprir o novo arcabouço fiscal.
As medidas de contenção devem ser formalizadas em 22 de julho, quando será divulgado o próximo relatório de avaliação do Orçamento do ano. Esse relatório apontará se será necessário realizar bloqueios ou contingenciamentos para cumprir o teto de despesas e a meta fiscal.
Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, ressaltou que as medidas são necessárias, mas não são suficientes. Ele enfatizou que será preciso revisar os gastos com educação, saúde e previdência para um ajuste mais significativo em 2027.
Haddad informou que Lula autorizou o corte por meio do pente-fino nos benefícios, incluindo auxílio-doença, aposentadorias por invalidez e o Benefício de Prestação Continuada. O ministro explicou que os cortes foram calculados com base em critérios técnicos e não de forma arbitrária.
Por outro lado, o economista André Perfeito criticou o corte de R$ 25 bilhões, considerando-o paliativo e feito de forma emergencial. Ele argumentou que o país ainda precisa discutir um ajuste mais profundo nas contas fiscais.